Elas fazem parte da primeira turma que, em 2001, acabou com exclusividade masculina na corporação
Ao comemorar 165 anos nesta sexta-feira (02/07), o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) tem mais uma conquista a celebrar: a presença feminina em cargos de comando. Hoje, três mulheres estão à frente de quartéis no estado: os do Humaitá, Vila Isabel e Petrópolis. Ocupando postos de tenente-coronel, elas integraram a primeira turma que, em 2001, acabou com a exclusividade masculina na corporação. Um pioneirismo que gerou frutos, pois atualmente cerca 20% dos 12 mil bombeiros do estado são mulheres.
Há dois meses no comando do 11° Grupamento de Bombeiro Militar, em Vila Isabel, a tenente-coronel Carla Regina Lopes Azevedo, 40 anos, acredita que a chegada das mulheres a postos de alto escalão representa um legado para as próximas gerações.
– Existe uma resistência natural da sociedade quando nós, mulheres, ocupamos cargos de comando. Porém, essa mentalidade vem mudando durante os anos, e hoje vemos cada vez mais mulheres se destacando em diversos segmentos. Sirvo com muita honra à população, mas sei que também sou os olhos das novas meninas que um dia vão comandar um quartel e sentar nesta mesma cadeira – destaca.
A tenente-coronel Viviane Lenida Moraes Paiva, 38 anos, comandante do 1° GBM, no Humaitá, desde setembro, ressalta o fato de as três terem sido pioneiras e estarem mudando a história da corporação.
– Desde o início da nossa trajetória em 2001, tivemos muitos desafios. Mas quando eu olho para trás vejo que valeu a pena ter passado por todos eles. Sinto-me feliz e honrada em estar ocupando o posto de comandante. Não há mais espaço para uma instituição sem a presença de nós, mulheres. Hoje a mulher ocupa seu espaço pelo seu talento e determinação – afirma.
A terceira comandante é Elisangela Francisca de Matos, de 41 anos, que tomou posse esta semana à frente do 15º GBM, em Petrópolis. Para o secretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Leandro Monteiro, a presença feminina só tende a crescer e melhorar ainda mais a qualidade da corporação.
– As mulheres devem assumir o papel que elas desejarem na nossa sociedade. Minha missão, como comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, é colaborar para construir um cenário plural, apoiando as decisões e trabalhando lado a lado destas militares como parceiras – destaca o secretário.
História do CBMERJ
No dia 2 de julho de 1856, o Imperador D. Pedro II criou o primeiro Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, no Rio de Janeiro. Na época, os incêndios eram anunciados pelo badalar dos sinos das igrejas e por tiros de canhão. O trabalho era realizado com auxílio de bombas e escadas manuais, mangueiras e baldes de couro, que eram passados de mão em mão.
Hoje, 165 anos depois, o combate às chamas é apenas um dos serviços prestados pelo CBMERJ. Com planejamento e treinamento constantes, a corporação atua na prevenção de desastres, salvamentos no mar, socorros florestais, resgates a vítimas de acidentes de trânsito e uma série de outras ações para preservar a vida.
Fotos: Philippe Lima
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