O Descobrindo a Ciência é um projeto do grupo de extensão do Instituto de Química da UFRRJ (Gepec-IQ). Seu objetivo é despertar a curiosidade pelas ciências nos estudantes de diversas faixas etárias. Para isso, são organizadas visitas ao laboratório de Química da UFRRJ, no câmpus Seropédica. As visitas são guiadas pelos profissionais que fazem parte da equipe do Descobrindo. Além de conhecer de perto o laboratório, os alunos visitantes têm uma vivência muito abrangente na Universidade, porque eles visitam, também, o Jardim Botânico, o Museu dos Solos, o Museu Casa do Reitor e o Restaurante Universitário. Desta forma, acredita-se, o estudante vai sentir o gostinho da Rural e vai querer voltar como aluno da instituição.
História do projeto e equipe
Uma das coordenadoras do projeto, a professora Vanessa Gomes, disse que ele nasceu em 2016, de maneira muito simples, mas muito comprometida.
– Tínhamos poucas visitações no início. Nos anos seguintes, iniciamos um processo de profissionalização com mais visitas de alunos que chegavam na parte da tarde e conheciam o lago e outras partes externas da Rural – relatou ela. – Já em 2020 e 2021, mesmo com as dificuldades da pandemia, não deixamos o projeto morrer e fizemos atividades on-line. Realizamos mesas redondas e vídeos das experiências que fazíamos no laboratório, mostrando que alguns desses experimentos poderiam ser feitos em casa mesmo, até para servir como distração.
A professora contou, também, que assim que foi possível retornar à Universidade, em 2022, existia um sentimento de insegurança com as visitações. Por isso, houve poucas visitas naquele ano. Somente em 2023, o projeto foi retomado com mais força, pois novos parceiros se juntaram ao Descobrindo e, assim, conseguiram construir esse modelo de visitação que está vigente no momento.
A equipe do projeto conta com três profissionais fixos, que estão presentes desde o início: a professora Vanessa Gomes e os técnicos Anderson Pontes e Gabriela Rocha. Além deles, atualmente, o projeto tem oito estagiários, que são alunos da Universidade.
Experiências laboratoriais
Dentro do laboratório, os alunos são divididos em grupos de três ou quatro pessoas, para ocuparem as bancadas. Essa divisão serve para facilitar a visão e a interação de todos, tornando a experiência mais imersiva. Em cada um dos espaços ficam os estagiários, que realizam os experimentos e proporcionam maior entrosamento com os alunos.
O projeto pode apresentar uma série de experiências diferentes e interessantes, mas elas são selecionadas de acordo com a faixa etária do grupo que fará a visita. Os materiais utilizados são comuns e, em sua maioria, fazem parte do nosso cotidiano, o que gera uma maior identificação dos alunos por conta dessa proximidade com a realidade, ao explorar a química desses produtos.
O mais gratificante para a equipe é perceber a mudança de pensamento dos estudantes em relação à química e à universidade, já no final do passeio. Mirella Xavier, de 17 anos, é aluna do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, no município de Japeri. Ela contou que a experiência a fez mudar sua visão sobre a química.
– Eu gostei da nossa interação com os produtos, de ver que não é só o número no quadro e que realmente faz sentido na prática. Foi muito legal. Não tenho o interesse de seguir na área, mas olhei para química com outros olhos – comentou a estudante, ainda impactada com as novas descobertas.
A oportunidade de os alunos participarem ativamente das experiências, inclusive auxiliando os estagiários nas apresentações, a torna muito mais atrativa, sendo recompensadora para os estudantes e para a equipe que a realiza.
Como participar?
No início do ano, são abertas inscrições para as escolas que gostariam de levar seus alunos. Depois, é necessário fazer um sorteio para determinar aquelas que poderão fazer a visita, porque a procura é muto maior do que a quantidade de vagas disponíveis. As visitas ocorrem às quartas-feiras, no período da tarde, seguindo o calendário de realização.
Os professores que ficam responsáveis por agendar as visitas gostam muito do legado que fica para os estudantes. Paulo Ricardo Ramos Cardoso é professor de Matemática e Física no Colégio Estadual Guanabara, na cidade de Volta Redonda (RJ). Ele já levou alunos duas vezes para participar do “Descobrindo a Ciência”.
– Busco trazer esses alunos para eles sentirem o ar da Universidade. Acho isso importantíssimo, principalmente para estudantes de escola pública, para eles entenderem que a universidade pública não está longe e é uma realidade possível. Inclusive já temos uma outra visita programada ainda esse ano – comentou o professor.
Esse projeto já existe há oito anos e tem a missão de continuar incentivando os alunos a estudar e ampliar seus interesses de uma maneira leve e descontraída, sendo extremamente proveitoso para todas as partes envolvidas.
Mais informações estão disponíveis na página do projeto no Instagram: @gepec.iq.ufrrj
Por: July Anne dos Santos (estudante de Jornalismo da UFRRJ) sob a supervisão da professora Cristiane Venancio
Professora adjunta do curso de Comunicação Social / Jornalismo da UFRRJ há 13 anos. Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho (Portugal) e mestre em Estratégia e Gestão pela UFRRJ. Foi repórter e editora da agência O Globo e do jornal Extra.
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