O Comitê Guandu-RJ, através do Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate às Queimadas (GTPCQ), inicia hoje uma campanha de conscientização contra as queimadas e incêndios florestais. O objetivo é mostrar às pessoas, com frases simples, que a maioria dos casos são consequências de ações humanas e, portanto, podem ser evitados. No inverno, período de tempo seco, os registros costumam ser maiores. Até o dia 31 de julho, segundo dados do INPE, 208 focos de incêndios ativos haviam sido registrados no estado do Rio de Janeiro. Mais da metade dos registros, 131, ocorreram no mês de julho, época de tempo mais seco.
Os incêndios florestais geram diminuição da vegetação nativa e consequentemente da evapotranspiração, diminuindo os chamados rios voadores, responsáveis por parte das chuvas que ocorrem no continente. Além disso, o fogo pode destruir o bioma das nascentes e a mata ciliar, que tem função fundamental na proteção dos rios. “A bem da verdade, o homem é o principal responsável pelas queimadas e, nesse contexto, existem pessoas que não conseguem entender que os incêndios florestais destroem um patrimônio coletivo que impactam diretamente a vida da nossa e das próximas gerações.
Por isso, a campanha é importante, pois vai na contramão da ignorância e desperta um sentimento de desenvolvimento sustentável do ambiente e traz para o cidadão a responsabilidade de proteger o que ele pode usufruir, mas não lhe pertence”, explicou o Major CBM Samir Batista Fernandes, Coordenador Regional da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro – Baixada Fluminense, e Coordenador do GTPCQ do Comitê Guandu-RJ.
Sabendo dos problemas e dos impactos negativos aos recursos hídricos, o Comitê Guandu-RJ desenvolve projetos através do Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate a Queimadas (GTPCQ). A instância foi criada a partir do Plano Associativo de Combate e Prevenção às Queimadas, elaborado pelo Comitê.
No estudo foi realizado um diagnóstico ambiental, institucional e estrutural, com o objetivo de identificar as áreas com maiores incidências de incêndios, suas possíveis causas e os riscos à população e aos recursos naturais, principalmente os mananciais. Além disso, o plano ocupou-se em levantar o quantitativo de brigadas e grupos que atuam no combate às queimadas, as regiões que atendem e a estrutura dessas organizações, com o objetivo de levantar o que seria necessário para contribuir no combate ao fogo.
Para implementar as ações do Plano Associativo o GTPCQ foi formado ano passado, unindo membros do Comitê e representantes da Defesa Civil estadual e dos municípios da bacia, INEA, ICMBio, Bombeiros, Prefeituras e órgãos que atuam em combate e prevenção a incêndios. A atuação do grupo já resultou na doação de materiais/suprimentos aos municípios para combate às chamas e uma aproximação com o INPE e outras instituições, para qualificar o monitoramento. “O GTPCQ vem acompanhando a execução do Manual Operativo do Plano Estratégico de Recursos Hídricos e do Plano Associativo de Prevenção e Combate às Queimadas. O Comitê avançou nas aquisições de materiais de combate a incêndios florestais para o grupo de municípios participantes da Região Hidrográfica II (RH-II).
Dentre as pautas do grupo estão previstas capacitações desses agentes para melhor atuarem no combate. Outro aspecto positivo foi a aproximação do GTPCQ com o INPE, INEA e Defesa Civil Estadual na busca de soluções de monitoramento meteorológico. Todas as agências citadas possuem serviços de monitoramento em nível nacional ou estadual, porém, foi identificado, por todos esses atores, que serviços de monitoramento meteorológicos pontuais trazem uma confiabilidade técnica maior”, explicou o Coordenador do GTPCQ.
Samir Fernandes disse ainda que o objetivo maior do grupo é consolidar um manual operativo do plano associativo, com o objetivo de padronizar e sistematizar as ações de prevenção e combate a incêndios florestais. “A consolidação do plano operativo será o maior legado que o grupo deixará para toda RH-II e servirá de modelo para as outras regiões hidrográficas. No plano operativo, para citar um único exemplo, estão previstas ações de educação ambiental pelo município, dentro de um contexto onde toda diretriz institucional, de articulação e estrutural estão devidamente consolidadas”, afirmou.
Agora o GTPCQ vai explicar à população que atos como jogar ponta de cigarro em beira de estrada e na mata, fazer fogueiras e soltar balões, além de crimes ou contravenções, podem causar grandes prejuízos ambientais e levar risco às pessoas. “Quando houver a plena compreensão de que possíveis vantagens nas queimadas individuais não compensam os prejuízos coletivos, muitas vezes irreversíveis, estaremos, como sociedade, muito melhores”, finalizou o Coordenador do GTPCQ.
Combate às chamas
O Comitê Guandu-RJ, através do GTPCQ, doou no fim do ano passado equipamentos e suprimentos de combate a incêndios florestais, previstos no Plano Associativo de Prevenção e Combate a Queimadas. Treze municípios foram beneficiados com cerca de dez itens para o combate ao fogo, como abafadores manuais para fogo rasteiro, luvas de proteção em altas temperaturas e supressante de chamas. Para este ano, o Comitê está adquirindo mais suprimentos para doação. O objetivo é contribuir com a estrutura das brigadas de incêndio dos municípios da região da bacia, prevenindo e mitigando os efeitos das queimadas na natureza. Os equipamentos são doados pelo Comitê sem contrapartidas.
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