Trata-se da proteína receptora NLRP3, que é responsável por detectar possíveis patógenos
Cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, identificaram um “interruptor” molecular que controla o mecanismo imunológico responsável pela inflamação crônica no corpo humano e pode ser capaz de “desligar” doenças graves.
A descoberta, publicada na revista Cell Metabolism, no este mês, pode levar a novas maneiras de interromper ou até reverter a inflamação crônica, que ocorre quando a velhice, o estresse ou as toxinas ambientais mantêm o sistema imunológico no limite e provocam doenças devastadoras como Alzheimer, Parkinson, diabetes e câncer.
Trata-se da proteína receptora NLRP3, que é responsável por detectar possíveis patógenos – organismos que são capazes de causar doenças – no corpo e iniciar uma resposta imune.
Palavras da autora sênior do estudo, Danica Chen, professora associada de biologia metabólica, ciências nutricionais e toxicologia da UC Berkeley.
Como
No estudo, Danica Chen e sua equipe mostram que uma coleção de proteínas imunes denominada inflamassoma NLRP3 – responsável por detectar possíveis ameaças ao corpo e iniciar uma resposta à inflamação – pode ser desativada quando se removendo um pequeno pedaço de matéria molecular de uma célula, processo chamado desacetilação.
A superativação do inflamassoma NLRP3 tem sido associada a uma variedade de condições crônicas, incluindo esclerose múltipla, câncer, diabetes e demência.
Os resultados de Chen sugerem que os medicamentos direcionados à desacetilação – ou desligamento – deste inflamassoma NLRP3 podem ajudar a prevenir, ou tratar essas condições e possivelmente a degeneração relacionada à idade em geral.
“Essa acetilação pode servir como um interruptor. Então, quando é acetilado, esse inflamassoma está ativado. Quando desacetilado, o inflamassoma está desligado”, disse Chen.
A proteína
Ao estudar camundongos e células imunológicas chamadas macrófagos, a equipe descobriu que uma proteína chamada SIRT2 é responsável pela desacetilação do inflamassoma NLRP3.
Os ratos que foram criados com uma mutação genética que os impediu de produzir SIRT2 mostraram mais sinais de inflamação na idade madura de dois anos do que seus colegas normais.
Esses camundongos também exibiram maior resistência à insulina, uma condição associada ao diabetes tipo 2 e à síndrome metabólica.
A equipe também estudou camundongos mais velhos, cujos sistemas imunológicos haviam sido destruídos por radiação e depois reconstituídos com células-tronco sanguíneas que produziam a versão desacetilada ou acetilada do inflamassoma NLRP3.
Resultado
Aqueles que receberam a versão desacetilada ou “desativada” do inflamassoma melhoraram a resistência à insulina após seis semanas, indicando que desligar esse mecanismo imunológico pode realmente reverter o curso da doença metabólica.
“Acho que esse achado tem implicações muito importantes no tratamento de grandes doenças crônicas humanas”, disse Chen.
“Acho que é mais urgente do que nunca entender a reversibilidade das condições relacionadas ao envelhecimento e usar esse conhecimento para ajudar no desenvolvimento de medicamentos para doenças relacionadas ao envelhecimento”, concluiu.
Fonte: SóNotíciaBoa
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