Católicos celebram Mês da Biblia, conheçam sua História
15 de setembro de 2019

Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia 2019 com o estudo da Primeira Carta de João

O mês de setembro se tornou referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus, tornando-se em todo o Brasil, desde 1971, o Mês da Bíblia. Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo papa João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais.

Este ano, 2019, será o 48º em que a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia. Neste sentido, a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dando continuidade ao ciclo do tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida” propôs para o Mês da Bíblia o estudo da Primeira Carta de João, com destaque para o lema “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19). 

Dom Peruzzo, presidente da Comissão ressalta que o texto-base não se trata de um livro para especialistas, tampouco para quem desconhece a Primeira Carta de João. “Certamente servirá de aprofundamento para agentes de pastoral, para animadores de comunidades, para catequistas (…)”, afirmou o bispo.

Ele garante também que a boa didática e a sensibilidade pedagógica presentes nas páginas escritas pelo autor, o professor Cláudio Malzoni, de Recife, ensejarão grande apreço por este escrito do Novo Testamento.  “Que o estudo da Primeira Carta de João mova-nos e comova-nos a diálogos fraternos e a convivências pacificadoras, amando-nos uns aos outros”, exorta o bispo.

No texto-base, lançado pela Editora CNBB, logo em suas primeiras páginas são dadas algumas orientações básicas sobre a Primeira Carta de João, importantes para situá-la em seu contexto histórico, literário e teológico. À medida que o leitor avança poderá encontrar informações básicas referentes ao gênero literário, ao autor e aos interlocutores, aos temas teológicos principais, à época e ao lugar de composição da Carta. Nos capítulos seguintes, o autor busca fazer uma exposição passo a passo.

O subsídio já está à venda e pode ser adquirido no site da Edições CNBB: www.edicoescnbb.com.br

Fonte: CNBB

Bíblia católica é o livro sagrado para o cristianismo, assim como o Alcorão é para o Islamismo, o Mahabharata é para o Hinduísmo e etc.

A Bíblia Católica é composta por 27 livros no Novo Testamento, porém no Velho Testamento possui 43. Enquanto que a Bíblia Protestante não contempla os livros de Baruc, Macabeus I e II, Tobias, Judite, Sabedoria e Eclesiástico.

Para os cristãos católicos, a Bíblia é como um “guia” de ensinamentos que orientam o modo de vida a ser seguido pelos seus fiéis, além de apresentar crônicas, parábolas e previsões feitas por profetas sobre o Apocalipse. Conheça um pouco mais sobre a história da Bíblia católica e como ela surgiu.

Conheça a história da Bíblia Católica

A Bíblia, palavra de origem grega significa “rolo” ou “livro”, diminutivo de “byblos”, “papiro egípcio”, nome da cidade de onde esse material era exportado para a Grécia, Biblos). Trata-se de é uma coleção de textos sagrados para o cristianismo, o grande livro traz narrativas de interpretações religiosas da existência do homem.

A história conta que embora tenha sido escrita por homens, seguidores de Cristo, foi inspirada por Deus, se tornando o principal guia doutrinário da Igreja.

Quando surgiu a Bíblia católica e por quem foi escrita?

A Bíblia católica foi escrita por cerca de 40 autores, entre 1 500 a.C. e 450 a.C. (livros do Antigo Testamento) e entre 45 d.C. e 90 d.C. (livros do Novo Testamento),ou seja, o livro sagrado levou quase um período de 1600 anos para ser finalizado.

A tradição cristã declara Moisés como o autor do Pentateuco, os primeiros cinco livros da Bíblia católica. A data dos primeiros escritos acreditados como sagrados é bem mais recente: por exemplo, muitos estudiosos aceitam que foram compilados pela primeira vez apenas após o exílio babilônico, a partir de outros textos datados entre o décimo e o quarto século antes de Cristo. Muitos estudiosos também afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas oriundas de diferentes regiões e nações.

Campeão de vendas

É o livro mais vendido de todos os tempos com mais de seis bilhões de cópias em todo o mundo, uma quantidade sete vezes maior que o número de cópias do 2º colocado da lista dos livros mais vendidos, O Livro Vermelho.

O apóstolo Paulo afirma que “toda a Escritura é inspirada por Deus“, literalmente, “soprada por Deus” (em 2 Timóteo 3:16).

O apóstolo Pedro diz que “nenhuma profecia foi proferida pela vontade dos homens. Inspirados pelo Espírito Santo é que homens falaram em nome de Deus.” (2 Pedro 1:21). O apóstolo Pedro atribui aos escritos de Paulo a mesma autoridade do Antigo Testamento: “E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição” (2 Pedro 3:15-16).

A primeira Bíblia

A compilação da bíblia católica pode ser conferida de uma maneira precisa por meio das Escrituras. Depois de ter sido escrito por Moisés (Êxodo 17:14; 24:4, 7; 34:27; Números 33:2; Josué 1:8; Mateus 19:8; João 5:46-47; Romanos 10:5), o Pentateuco foi colocado na Arca da Aliança e preservado (Deuteronômio 31:24).

No decorrer do tempo, outros textos inspirados foram incluídos aos cinco primeiros livros da Bíblia. Durante o tempo de Davi e Salomão, os livros já compilados foram colocados no tesouro do templo (1 Reis 8:6) e cuidados pelos sacerdotes que serviam no templo (2 Reis 22:8). Aos poucos mais livros também foram adicionados durante o reinado do Rei Ezequias – os hinos de Davis, os provérbios de Salomão e os livros proféticos como Isaías, Oseias e Miqueias (Provérbios 25:1). A medida em que os profetas de Deus faziam suas declarações, suas palavras foram anotadas, e o que foi gravado foi incluído no que hoje é o Antigo Testamento.

Livro separado

Os livros acabaram se espalhando durante o exílio dos judeus no século VI, mas não perdidos. Os judeus retornaram do cativeiro na Babilônia, e o sacerdote Esdras mais tarde recolhe todos os livros anteriores e acrescenta outras obras à compilação, por volta de 538 a.C. Uma cópia foi guardada na Arca construída para o segundo templo e, seguindo um processo meticuloso, outras cópias foram feitas para proteger os escritos inspirados. Todos os livros formaram o Antigo Testamento, escritos na língua hebraica, é o que o Judaísmo chama de “Bíblia Hebraica“.

No terceiro século a.C, os livros do Antigo Testamento foram traduzidos ao grego por uma equipe de 70 estudiosos judeus, com a obra acabada sendo chamada de LXX (que significa “70”) conhecida como a Septuaginta (a palavra latina derivada da frase “a tradução dos setenta intérpretes”). A Septuaginta foi certamente utilizada e citada pelos apóstolos, inclusive Paulo, em seus escritos. Os manuscritos mais antigos da LXX incluem alguns fragmentos do primeiro e segundo séculos.

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Preservaram a palavra de Deus

Só em 1947 os Manuscritos do Mar Morto foram descobertos em uma área pertencente a Israel, chamada Qumran. Vários pergaminhos datam entre o quinto e primeiro séculos a.C. Os historiadores acreditam que os escribas judeus mantiveram o local para preservar a Palavra de Deus e proteger os escritos durante a destruição de Jerusalém em 70 d.C. Os Pergaminhos do Mar Morto representam quase todos os livros do Antigo Testamento, e comparações com manuscritos mais recentes mostram-lhes praticamente idênticos.

Compilação do Novo Testamento Original

A composição do Novo Testamento foi oficialmente estabelecida no Concílio de Cartago em 397d.C. No entanto, a maior parte do Novo Testamento foi aceita como autoridade muito mais cedo. A primeira coleção de livros do Novo Testamento foi proposta por um homem chamado Marcião em 140 dC. Marcião era um docetista (o docetismo é um sistema de crença que diz que tudo espiritual é bom e tudo material é ruim), e assim excluiu qualquer livro que falasse de Jesus sendo divino e humano, também editando as cartas de Paulo para que coincidisse com a sua própria filosofia.

Datado em 170 dC.

A próxima coleção de livros do Novo Testamento a ser proposta, da qual temos registro, foi o Cânone Muratori em 170 d.C. Ele incluiu todos os quatro evangelhos, Atos, as 13 cartas de Paulo, 1, 2, 3 João, Judas e Apocalipse. O cânone final do Novo Testamento foi identificado pela primeira vez por Atanásio, um dos pais da igreja, em 367 d.C. e ratificado pelo Concílio de Cartago em 397 d.C.

Entretanto, a história mostra que o atual Novo Testamento na Bíblia moderna foi reconhecido muito mais cedo e que é um reflexo exato dos “autógrafos”. Em primeiro lugar, a própria Escritura mostra que os escritos do Novo Testamento eram considerados inspirados e iguais aos do Antigo Testamento. Por exemplo, Paulo escreve: “Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário” (1 Timóteo 5:18, ênfase adicionada).

Bíblia Original

Embora ninguém hoje em dia possua os autógrafos originais, existem inúmeras cópias, e o trabalho de historiadores bíblicos através da ciência da crítica textual trás embasamento de que a Bíblia católica atual ainda é fiel e precisa ao trabalho dos escritores originais.

Bíblia Original

O Conteúdo da Bíblia

São 46 Livros do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento, totalizando 73 livros na bíblia católica, seguida pelos Santos Padres e por toda a congregação.

Dos livros do Antigo Testamento um breve resumo pode ser feito sobre o conteúdo:

Pentateuco

  • Gênesis;
  • Êxodo;
  • Levítico;
  • Números;
  • Deuteronômio.

Epístolas

  • Romanos;
  • 1 Coríntios;
  • 2 Coríntios;
  • Gálatas;
  • Efésios;
  • Filipenses;
  • Colossenses;
  • 1 Tessalonicenses;
  • 2 Tessalonicenses;
  • 1 Timóteo;
  • 2 Timóteo;
  • Tito;
  • Filemom;
  • Hebreus;
  • Tiago;
  • 1 Pedro;
  • 2 Pedro;
  • 1 João;
  • 2 João;
  • 3 João;
  • Judas.

Evangelhos

  • Mateus;
  • Marcos;
  • Lucas;
  • João.

Livro Histórico

  • Atos dos Apóstolos

Livro Profético

Conteúdo do Novo Testamento

Já os livros do Novo Testamento contam a história após a morte e ressurreição de Cristo e pode ser dividido em:

Evangelhos e Atos dos Apóstolos, cinco livros que trazem a história de pregações e peregrinações, a narrativa do ministério de cada um dos apóstolos: Mateus, Marcos, Lucas, João e Atos dos Apóstolos. O pano de fundo da narrativa eram sempre acerca dos ensinamentos, os milagres e a obras do Messias Jesus Cristo

Já as Cartas de São Paulo somam 14 livros, sendo as epístolas direcionadas às Igrejas. Cartas aos Romanos, Coríntios I e II, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, Tessalonicenses I e II, Timóteo I e II, Tito, Filemon, Hebreus. O teor das epístolas são as doutrinas e exortações escritas e encaminhadas a comunidades ou fiéis cristãos.

As Cartas dos outros Apóstolos somam 8 livros sendo eles Carta de Tiago, Pedro I e II, João I , II e III, Judas, Apocalipse que trazem as profecias da vitória de Cristo e sua Igreja sobre as forças do mal e o juízo final.

Passagens mais famosas da Bíblia

Bíblia católica é cheia de trechos famosos que consolam, alegram e ensinam o espírito a se manter fiel a Deus. Separamos alguns que mostram a beleza da salvação, do amor e da vinda de Jesus:

Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.

São João 14, 6

Jesus respondeu: Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.

São Mateus 4, 4

O Senhor é meu pastor, nada me faltará.Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo. Preparais para mim a mesa à vista de meus inimigos. Derramais o perfume sobre minha cabeça, e transborda minha taça. A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias.

Salmos 22

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês.

São Mateus 6:33

Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.

Isaías 55:8

Confira outras das principais personalidades da Bíblia.

3 curiosidades sobre a Bíblia

Listamos algumas curiosidades sobre a Bíblia. Confira:

Curiosidades da Bíblia Católica

1. Salmo 110:1

O versículo 1 do Salmo 100 – “Senta-te à minha direita, enquanto ponho os teus inimigos por escabelo aos teus pés”- é o texto do Antigo Testamento mais citado no Novo Testamento. Ele aparece por 16 vezes no livro de Hebreus, 5 vezes no livro de São Mateus, 2 vezes em São Lucas, e uma vez em Atos, Carta aos Romanos, 1ª Coríntios, Efésios e Colossenses.

2. Os nomes dos magos

O livro de São Mateus é o único na Bíblia católica em que encontra referência aos Magos, que vieram do Oriente e adoraram Jesus próximo ao seu nascimento. Nas escrituras Mateus não os enumera e os denomina reis. Na realidade, eles eram nobres da Pérsia e sábios astrônomos. Melquior, Gaspar e Baltasar são os nomes a que se chegaram por meio do historiador Agnelo, na obra Pontidicalis Ecclesiae Ravenatis.

3. Isaías é o campeão

De todos os profetas do Antigo Testamento, Isaías foi o que mais profetizou a respeito de Jesus, o Messias prometido. Fez 18 profecias, seguido pelo profeta Zacarias, com 05, e, em seguida, por Jeremias, com 03.

O que a relação de Deus e os escritores da Bíblia diz nos dias de hoje

Através da inspiração divina servos, profetas, levitas, apóstolos foram capacitados a escreverem todas as escrituras, dessa forma mostra os grandes feitos da relação entre o Homem e Deus por um longo período de tempo.

Embora a Bíblia Católica possua em seu cânon alguns livros a mais que as bíblias protestantes, essa diferença acontece porque os protestantes, em geral, não aceitam os livros deuterocanônicos, que são livros contidos apenas na Septuaginta, primeira tradução da bíblia, do hebraico para o grego.

Cada denominação apresenta uma justificativa que pode variar bastante, mas esses livros não eram aceitos já na Bíblia hebraica, porque não possuíam alguns critérios que foram definidos para determinar como Sagrado, como o de ter sido escrito em hebraico ou em determinada época e na Terra Santa.

A Igreja Católica assumiu esses escritos como inspirados, enquanto os protestantes voltaram para a bíblia hebraica e colocaram os como apócrifos. O Catecismo confirma isso quando nos diz que “foi a tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados”.

Nova Edição da Bíblia

Você sabia que no dia 21 de dezembro de 2018 foi lançada a nova edição da Bíblia?

Após 11 anos de traduções dos textos originais hebraicos, aramaicos e gregos, a nova edição servirá de referência para a Igreja no Brasil e foi lançada com o objetivo de revisar possíveis traduções mal interpretadas para a língua portuguesa.

Fonte: Rumo da Fé