Canção ao tempo: é inaugurado o Museu Casa do Reitor – Centro de Memória da UFRRJ
16 de fevereiro de 2023

Após 10 anos fechada por motivos estruturais, a residência oficial do principal gestor da Universidade reabre suas portas. Desta vez, com o papel de abrigar os acervos do Centro de Memória da Rural

Depois de uma trégua das fortes chuvas de verão características dessa época do ano no Rio de Janeiro, no último dia 8, membros da comunidade universitária se reuniram para prestigiar a inauguração do Museu Casa do Reitor – Centro de Memória da UFRRJ. Amigos, professores, alunos, ex-alunos e servidores apertaram-se entre os cômodos para conhecer o espaço e, também, peças do acervo que remontam ao passado centenário da Universidade Rural.

A Casa do Reitor, como o próprio nome denuncia, desde 1948, é a moradia oficial de quem ocupava o mais alto cargo administrativo da Universidade. Por problemas na infraestrutura, acabou se tornando inabitável, não recebendo nenhum morador desde 2013, sendo este o último ano em que um reitor ocupou a residência. Durante o tempo em que permaneceu fechada, sofreu com danos estruturais e patrimoniais, sendo alvo de furtos e de depredação. A partir do entendimento de que o local não mais serviria como moradia, desde 2018, a casa vem sendo novamente cuidada e várias partes foram, literalmente, restauradas, como o piso original da década de 1940. Nasceu, assim, o Museu Casa do Reitor.

A residência a partir de agora é, portanto, o mais novo espaço cultural aberto ao público (de dentro e de fora da instituição) e representa, segundo o atual reitor da Rural, professor Roberto Rodrigues, “a reconciliação entre compreender a importância do passado, ter a humildade de entender o que acontece no tempo atual e propor o futuro”. Ele fez uso da liberdade poética ao chamá-la de “canção ao tempo”. Segundo ele, a reabertura da casa marca um importante momento de mudança. “Uma ruptura como universidade do passado, em que a importância se dava em objetos e espaços, como “a casa do reitor”, “a vaga do reitor”. Hoje, a gestão moderna trabalha com a importância de todos e todas que fazem parte desse processo”. Ideia reforçada pela  pró-reitora de Extensão, professora Rosa Maria Marcos Mendes: “não cabe mais um reitor viver em uma casa diferente, porque nós somos todos iguais. Então, precisamos fazer deste um espaço de toda a Universidade, porque é isso que ele realmente é. Aqui, pretendemos que todas e  todos façam eventos que possam ser atrativos na área da cultura para os nossos estudantes”. Ambos os discursos destacaram, ainda, a importância do trabalho de professores e técnicos administrativos no resultado final do projeto, que levou cinco anos para ser finalizado.

Localizado à esquerda do Pavilhão Central (P1), quase escondido no meio da mata, que é remanescente da coleção do arquiteto paisagista Reynaldo Dierberger, responsável pela criação do parque paisagístico da UFRRJ, a bela casa de dois andares tem visão privilegiada da parte frontal do câmpus Seropédica e foi reformada com a intenção de abarcar o Centro de Memória da Rural, que estava inativo desde 2018. Construído em 2005, ele era alocado no térreo do P1, com a característica de “museu de curiosidades”. Sem espaço adequado e, também, sem um sistema de curadoria que desse conta de forma apropriada das mais de 150 peças do acervo, entre as quais documentos, peças de arte, objetos científicos e mobiliário, o local acabou por ser fechado.

Como relembra o curador do museu e principal responsável pela coordenação do projeto de recuperação da casa, Thalles Yvson, a inauguração aconteceu em uma data simbólica, exatamente um mês após a invasão da Esplanada dos Ministérios em Brasília, onde diversos objetos de valor histórico para o país foram destruídos. “Isso aqui é muito emblemático mesmo. Fazer com que a nossa Universidade tenha um espaço de preservação, de memória, de história e de convergência da nossa criação de conhecimento em um local que era de uma pessoa e agora vai ser de toda a universidade é motivo de celebração” conclui ele.

O Museu Casa do Reitor – Centro de Memória fica aberto à visitação de segunda a quinta, das 9h às 16h, às sextas das 9h às 12h, e todas as quartas feiras vão ocorrer programações culturais.

Texto: Nicole Lopes (bolsista de Jornalismo na CCS / UFRRJ)

Revisão e edição: equipe Coordenadoria de Comunicação Social (CCS / UFRRJ)

Confira no nosso canal do YouTube a reportagem sobre a inaguração do Museu Casa do Reitor:

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