Desde a semana passada, os vereadores — liderados pelo presidente, Haroldinho (PV), e pelo primeiro secretário, Fabinho (PRTB) — estão avisando o prefeito Rubem Vieira de Souza, o Rubão (Podemos), de quem eram aliados até pouco tempo, da sua intenção de abrir até seis comissões processantes (uma por semana) que podem lhe custar o mandato.
Não falta alegação: desde a contratação de escritórios de advocacia sem licitação (uma delas, anulada pela Justiça), até a não publicação dos balanços financeiros da prefeitura no Portal da Transparência desde setembro do ano passado.
Mas o real motivo do mau humor dos nobres é político: eles já perceberam que o prefeito vai priorizar nas eleições deste ano a vitória dos candidatos a vereador do seu grupo próximo, deixando à mingua os atuais ocupantes das cadeiras na Câmara.
No prazo de desincompatibilização, em 6 de maio, deixaram o governo para concorrer às eleições pelo menos quatro secretários e subsecretários da confiança de Rubão: Nilce Ramos (Educação), Micheli Sobral (Assistência Social), Carlos Zoia (Saúde) e Karine Brandão (sub de Assistência Social).
Itaguaí, como se sabe, tem um histórico de cassações. Em março de 2020, a Câmara — então comandada pelo próprio Rubão — cassou o prefeito Charlinho. E, no ano passado, insatisfeito com o lançamento prematuro da pré-candidatura a prefeito do presidente da Casa, Gil Torres, Rubão mobilizou sua base não apenas para o destituir do cargo, mas também cassar seu mandato de vereador.
Gil tenta anular a cassação na Justiça para poder concorrer à prefeitura. E, a partir de então, virou uma voz solitária na cidade na oposição a Rubão.
Bem, pelo menos, até agora.
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