Alckmin será investigado por improbidade administrativa
21 de abril de 2018

 

Inquérito apura acusações da Odebrecht contra ex-governador; segundo delatores, tucano recebeu 10 milhões em propina para campanhas de 2010 e 2014

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu um inquérito civil para investigar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) por suspeita de improbidade administrativa. Alckmin é acusado, por três delatores da empreiteira Odebrecht, de ter recebido cerca de 10,3 milhões de reais em propina através do grupo, em troca de vantagens indevidas

Adapt Link Internet - Black Friday

De acordo os depoimentos, Alckmin recebeu os valores através de seu cunhado, Adhemar César Ribeiro, com a finalidade de custear suas últimas duas campanhas ao Governo de São Paulo, em 2010 (2 milhões) e 2014 (8,3 milhões de reais). O então coordenador financeiro da postulação, Marcos Monteiro, foi outro intermediário dos pagamentos. Os relatos foram feitos pelos ex-executivos da empresa Benedicto Júnior, Carlos Guedes e Arnaldo Cumplido.

Em um desses depoimentos, o primeiro, conhecido como BJ, afirmou que os valores da última eleição teriam sido originados de contratos da empresa com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da parceria público-privada para a construção e gestão da Linha 6 – Laranja do Metrô.

O ex-governador Geraldo Alckmin afirmou, por meio de nota, que “vê a investigação de natureza civil com tranquilidade e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos” e que tem “total consciência da correção dos seus atos”.

A base de fatos para este novo inquérito é a mesma daquele que foi remetido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para a Justiça Eleitoral em São Paulo, ficando de fora das investigações da força-tarefa da Operação Lava Jato no estado. Na portaria que determinou a abertura do inquérito os promotores Marcelo Milani, Otávio Garcia e Nelson Andrade pediram ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin, o compartilhamento dos autos do processo.

Com a movimentação do MP-SP, Alckmin fica mais pressionado pela Justiça a se defender das acusações dos delatores, que voltarão a ser apuradas para além da esfera eleitoral, onde as penas são baixas e os crimes são considerados de mais difícil punição. Respondendo por improbidade administrativa, o ex-governador fica sujeito a sanções administrativas, como a reparação dos anos ao Erário e a perda dos direitos políticos.

“O ex-governador vê a investigação de natureza civil com tranquilidade e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos. Não apenas por ter total consciência da correção de seus atos, como também por ter se posicionado publicamente contra o foro privilegiado. Registre-se que os fatos relatados já estão sendo tratados pela Justiça Eleitoral, conforme determinou o Superior Tribunal de Justiça.”

Nota do ex-governador Geraldo Alckmin
“O ex-governador vê a investigação de natureza civil com tranquilidade e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos. Não apenas por ter total consciência da correção de seus atos, como também por ter se posicionado publicamente contra o foro privilegiado. Registre-se que os fatos relatados já estão sendo tratados pela Justiça Eleitoral, conforme determinou o Superior Tribunal de Justiça.”