A história do Exército Brasileiro começa oficialmente com o surgimento do Estado brasileiro, ou seja, com a independência do Brasil. Entretanto, mobilizações debrasileiros para guerra existem desde a colonização do Brasil. A data da primeira Batalha dos Guararapes (19 de abril de 1648), no contexto das invasões neerlandesas do Brasil, na qual o exército adversário dos Países Baixos foi formado genuinamente por brasileiros (brancos, negros e ameríndios), é tida como aniversário do Exército Brasileiro.
Em 1822 e 1823, o recém criado exército brasileiro derrotou a resistência portuguesa à independência, nas regiões norte-nordeste do país e na província da Cisplatina, assim como evitando a desfragmentação do território nacional nos anos seguintes. O Exército Nacional (ou Imperial como costumeiramente era chamado) durante a monarquia era dividido em dois ramos: o de 1ª Linha, que era o Exército de fato; e o de 2ª Linha, a Guarda Nacional, formada pelas antigas milícias e ordenanças herdadas dos tempos coloniais, comandadas por líderes regionais, grandes latifundiários e proprietários de escravos conhecidos a partir da independência, pelo título genérico de Coronéis.
Império
Internamente, ao longo do período monárquico brasileiro e no começo do século XX, o exército reprimiu com sucesso várias rebeliões e revoltas, tanto civis como militares, tais como a Guerra de Canudos e a Guerra do Contestado. Externamente, durante o século XIX o exército se restringiu a conflitos militares relacionados com os países do Cone Sul, com os quais o Brasil faz fronteira.
Participou de uma série de eventos bélicos na região, como a Guerra da Cisplatina, que resultou na independência do Uruguai; a Guerra do Prata, contra forças argentinas; a Guerra do Uruguai, na qual interveio em conflitos internos desse país; e a Guerra do Paraguai, na qual formou uma Aliança com seus vizinhos para combater o ditador Solano López, no maior conflito já visto na América do Sul.
República
Durante o século XX o exército teve modesta participação nas duas Guerras Mundiais, do lado Aliado. Na I Guerra enviou em 1918 uma Missão Militar à Frente Ocidental e, em 1944 durante a II Guerra, contribuiu no combate ao Nazifascismo com uma Divisão de Infantaria na Campanha da Itália. Desde o fim da década de 1950 tem atuado em diversas missões de paz patrocinadas pela ONU. Esse papel foi incrementado após o término da Guerra Fria, cenário no qual o exército foi chamado a respaldar uma política externa brasileira independente, além de enviar diversos observadores militares para várias regiões do mundo em conflito. No ano de 2004, o Exército Brasileiro passou a comandar as forças de paz que se encontram no Haiti.
Por três vezes (entre 1889 e 1894, durante e imediatamente após a Proclamação da República; entre1930 e 1945, durante o primeiro período Vargas; entre 1964 e 1985, durante o Regime militar no Brasil), assumiu pela força o comando do País, impondo sua visão político-social e modelos dedesenvolvimento econômico que julgava apropriados. Nesse último período de exercício do poder, no auge da Guerra Fria, militantes de esquerda recorreram à guerrilha contra o regime, sendo derrotados. Lentamente, após pressões populares, crises econômicas, bem como o desgaste natural de anos no exercício do poder, a abertura política tornou-se inevitável, sendo conduzida do lado do regime pelo general Ernesto Geisel. Com a promulgação da Lei da Anistia em 1979, o Brasil lentamente iniciou a volta à democracia, que se completaria na década de 1980, com o Exército e as demais Forças Armadas se afastando do núcleo político, a partir da promulgação da atual constituição, em 1988.
O braço operacional do Exército é denominado Força Terrestre e é constituído pelas divisões de exército, brigadas, unidades de combate e de apoio ao combate.
Os maiores escalões organizacionais do Exéricto são o Estado-Maior do Exército (orgão de direção geral) e os orgãos de direção setorial:
Comando de Operações Terrestres, Departamento-Geral do Pessoal, Departamento de Educação e Cultura do Exército, Departamento de Ciência e Tecnologia, Comando Logístico, Departamento de Engenharia e Construção e Secretaria de Economia e Finanças.
O Exército está organizado em vários Grandes Comandos, unidades e subunidades espalhadas por todo o Brasil. O território nacional é dividido, conforme a área de atuação de cada um, em:
- Comandos Militares do Brasil
- Comando Militar da Amazônia – CMA – com sede na cidade de Manaus – AM e jurisdição sobre o território da 12ª Região Militar;
- Comando Militar do Norte – CMN – com sede na cidade de Belém – PA e jurisdição sobre o território da 8ª Região Militar;
- Comando Militar do Nordeste – CMNE – com sede na cidade do Recife – PE e jurisdição sobre os territórios das 6ª, 7ª e 10ª Regiões Militares;
- Comando Militar do Oeste – CMO – com sede na cidade de Campo Grande – MS e jurisdição sobre o território da 9ª Região Militar;
- Comando Militar do Planalto – CMP – com sede na cidade de Brasília – DF e jurisdição sobre o território da 11ª Região Militar;
- Comando Militar do Leste – CML – com sede na cidade do Rio de Janeiro – RJ e jurisdição sobre os territórios das 1ª e 4ª Regiões Militares;
- Comando Militar do Sudeste – CMSE – com sede na cidade de São Paulo – SP e jurisdição sobre o território da 2ª Região Militar; e
- Comando Militar do Sul – CMS – com sede na cidade de Porto Alegre – RS e jurisdição sobre os territórios das 3ª e 5ª Regiões Militares.
Desfile dos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras durante cerimônia de entrega do espadim aos cadetes do primeiro ano.
O Exército Brasileiro mantém uma das mais fortes estruturas educacionais superiores do Brasil, atuando nos mais diversos ramos.
Entre suas principais instituições de Ensino Superior, estão:
- EsPCEx – Escola Preparatória de Cadetes do Exército
- AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras
- EsAO – Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
- ECEME – Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
- IME – Instituto Militar de Engenharia
- EsFCEx – Escola de Formação Complementar do Exército
- EsSEx – Escola de Saúde do Exército
Além dessas, possui importantes centros de formação, como a EsSA – Escola de Sargentos das Armas, a EsSLog – Escola de Sargentos de Logística, a EsSEx – Escola de Saúde do Exército, a EsIE – Escola de Instrução Especializada, a EsACosAAe -Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea, o CCFEx – Centro de Capacitação Fisica do Exército, o CIAvEx – Centro de Instrução de Aviação do Exército, os CPOR – Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, os NPOR – Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva, os Tiros de Guerra e os Colégios Militares.
Desde 1992 as mulheres obtiveram o direito de ingressar no Exército Brasileiro. A primeira turma feminina formou-se naquele ano na Escola de Administração do Exército, atual Escola de Formação Complementar do Exército. A partir de 1997, as mulheres tiveram acesso à Escola de Saúde do Exército e ao Instituto Militar de Engenharia.
Fonte: http://www.decex.eb.mil.br/