A vítima foi identificada como Nathália Amanda Brasil Guedes Guerreiro, de 33 anos, e foi encontrada morta carbonizada dentro do carro do casal, no último dia 20
Foi identificada como Nathália Amanda Brasil Guedes Guerreiro, de 33 anos, a mulher que foi morta e teve o corpo carbonizado pelo marido, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Amigos e vizinhos do casal conversaram com O DIA e relataram uma série de agressões sofridas pela vítima, praticadas pelo seu companheiro Ivo Batista Gaudêncio, 37. Para eles, o crime era uma tragédia anunciada.
Nathália, que trabalhava como vendedora, foi vista pela última vez na noite de terça-feira após sair do trabalho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para ir para casa, em Nova Iguaçu, e seu corpo foi encontrado carbonizado na quinta-feira, no porta-malas do carro do casal. O marido da vítima confessou o crime e está preso sob custódia no Hospital da Posse, onde está internado com queimaduras. Em depoimento para policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), ele afirmou que matou a mulher por ciúmes.
Segundo vizinhos do casal, eles estavam juntos há 13 anos, tinham dois filhos de 11 e 3 anos, e os episódios de agressões eram frequentes. Nathália ainda é mãe de outros dois adolescentes de 14 e 15 anos.
“Ele era um agressor, batia nela, nos filhos. Era um desespero imenso, as crianças corriam para a rua para pedir socorro, as vezes pediam abrigo nas nossas casas, e contavam que viam a mãe apanhando, que apanhavam também. Era uma tragédia anunciada, infelizmente”, disse uma vizinha, que preferiu não se identificar.
A mulher contou que Nathália já estava cansada de tudo que estava vivendo e que, no dia do crime, chegou a enviar uma mensagem para o marido dizendo que queria se separar. “Ficamos sabendo que ela mandou uma mensagem falando que queria se separar e isso teria causado uma revolta nele”, falou.
Vizinhos acreditam em crime premeditado
A vendedora foi vista pelos vizinhos pela última vez na terça-feira, dia 17, quando saía para trabalhar. Segundo a Polícia Civil, neste mesmo dia, Gaudêncio foi buscar a esposa na estação de trem de Nova Iguaçu.
Para os vizinhos o homem premeditou o crime e foi buscá-la já planejando fazer algo contra ela.
“Ele já estava com raiva porque ela disse que queria se separar, e aí foi buscar ela. Saiu de casa levando alguns documentos. Assim que ela sumiu nós já desconfiamos que ele estaria envolvido nisso”, declarou.
Como Nathália e Gaudêncio não voltaram para casa, no bairro Cerâmica, e não respondiam às tentativas de contato, uma colega de trabalho, uma vizinha e a filha mais velha da vendedora foram até a 58ª DP (Posse) para registrar o desaparecimento da mulher. Em sua declaração, a colega de trabalho contou que elas saíram juntas após o final do expediente e dividiram um carro de transporte de aplicativo até a estação de trem de Madureira.
Segundo a amiga de Nathalia, após elas se despedirem, ela não teve mais notícias da Nathália, mas que conseguiu rastrear o telefone celular da amiga e descobriu que ela esteve em frente ao Fórum de Nova Iguaçu, por volta das 22h30.
“A declarante relata que o companheiro da Nathália chamado Ivo Batista Gaudêncio iria buscar a Nathalia em Nova Iguaçu; que a declarante relata que tentou contato com o companheiro da Nathália; que a declarante relata que por volta das 06h21min do dia 19 enviou mensagem ao IVO; que a declarante relata que a mensagem foi recebida; que a declarante tentou enviar outra mensagem, contudo não foi recebida; que a declarante relata que o telefone de ambos se encontram desligados”, narrou a colega de trabalho e amiga da vítima.
Segundo a mulher, a vendedora relatava ter medo do companheiro. “A declarante relata que o nacional Ivo é uma pessoa possessiva e que a Nathália tinha medo do comportamento do Ivo”.
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