Desde que viu um dono de bar ser espancado e roubado por assaltantes há oito anos, um comerciante de 59 anos decidiu colocar grades nos seu bar, no bairro Santa Catarina, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. De lá para cá, a violência aumentou, e, em um ano, houve uma explosão no número de roubos na cidade. Entre janeiro de 2017 e janeiro deste ano, o número de roubo a comércio aumentou 171,4%., segundo dados coletados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).
— Semana passada, um freguês que tomava cerveja na porta do bar foi assaltado. O bandido só não entrou por causa da grade. Na hora, eu vi e me afastei — conta o proprietário, que serve as bebidas e pega o dinheiro através das grades.
Perto dele, outros estabelecimento tiveram que alterar a rotina devido à violência. Um depósito de bebidas passou a funcionar só de manhã. Um mercado próximo contratou um segurança.
— Mas o mercadinho já foi roubado depois disso. Assalto não é mais novidade — diz.
No Moquetá, um comerciante de 61 anos também tomou medidas para não ser mais uma vítima. Ele reduziu o horário de funcionamento da sua pensão:
— Antes, ia das 6h às 2h. Agora, fechamos às 15h30. Aqui no bairro, já assaltaram padaria, farmácia, comércio e açougue. É melhor ficar com pouco do que perder tudo.
Embora o comércio nunca tenha sido roubado, ele vê assaltos constantemente:
— Já vi carro sendo roubado, bandidos levando celular de criança. Eu estava indo para a padaria e levaram tudo que eu tinha no bolso.
Além do roubo a comércio, entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018, foi registrado aumento no roubo de veículos (1,7%), a pedestre (71,4%), em ônibus (30,6%), de celular (38,6%). O total de roubos teve um aumento de 28%.
O prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa, disse que está prestes a implantar na cidade o Segurança Presente, programa que promete reforçar o policiamento na cidade. A primeira etapa será no Centro de Nova Iguaçu e vai contar com 160 homens, divididos sempre em dois turnos.
— Vão ser dois PMs armados e uma pessoa oriunda do Exército, que não vai estar armada. A função dele será registrar com uma câmera toda a ação. Na delegacia, um agente da Polícia Civil vai ficar exclusivamente pegando as ocorrências do Segurança Presente — explicou Lisboa, ressaltando que o programa será financiado pela prefeitura e pela iniciativa privada. A primeira etapa vai ter um investimento de R$ 1 milhão por mês do município.
Formado em Sistemas de Informação pela FAETERJ, carioca de coração, apaixonado por teologia, tecnologia, matemática, geografia, história e pela sociedade em geral.