Recuperação das memórias históricas dos índios em Seropédica
29 de agosto de 2015

Escola Estadual Municipalizada Professor Paulo de Assis Ribeiro desenvolve projeto: BOI BUMBA CAPRICHOSO – TURNÊ TAWAPAYÊRA 2015

As leis n° 10.639/03 e n°11.645/08 são frutos de um processo histórico de lutas que os movimentos sociais desenvolveram com o objetivo de rever os terrores, mitos, teorias, visões históricas e mentalidades a respeito dos povos afro-indígenas e implantadas, de forma impositiva, nos diferentes espaços-tempos de produção de saberes e subjetividades. (SILVÉRIO, 2010, p.91)
Por conta disso, o presente projeto é desenvolvido na Escola Estadual Municipalizada professor Paulo de Assis Ribeiro, junto aos alunos das modalidades de ensino fundamental I e II, haja vista, as políticas educacionais formuladas a partir de novas estruturas constitucionais, têm como diretrizes “a afirmação das identidades étnicas, a recuperação das memórias históricas, a valorização das línguas e ciências dos povos indígenas e o acesso aos conhecimentos e tecnologias relevantes para a sociedade nacional” (BRASIL, 1996, p. 79).

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Por esse motivo a escola foi selecionada no edital 9º PRIMAVERA DOS MUSEUS do Instituto Brasileiro de Museus em parceria com Museu do Índio/ Fundação Nacional do Índio para apresentar suas lendas e tradições indígenas, no espetáculo Amazônia Tawapayêra onde desconstrói e constrói a imagem de uma tribo lendária. Tawapayêra é de origem ‘Nheengatu’, língua matriz de outros dialetos indígenas, e faz referência à ‘Aldeia Mística’. Aldeia esta que o Boi Bumbá Caprichoso iara fazer você se encantar com um show de letra, música e coreografias. A apresentação será no dia 21/09 as 14 horas no teatro Gustavão, UFRRJ em Seropédica.

 

O tema 2015 da 9º PRIMAVERA DOS MUSEUS é: Museus e Memórias Indígenas nos instiga a uma reflexão sobre a diversidade sociocultural dos mais de 200 povos indígenas que vivem em nosso país, constituindo-se como um dos maiores patrimônios existentes no território nacional. Eles estão representados em museus e outras instituições por meio de exemplares de sua cultura material, como utensílios e adornos de grande sofisticação e beleza estética, além de registros textuais e audiovisuais.
Importantes ícones da construção da identidade nacional, os hábitos e a cosmogonia dos povos que habitavam este território antes mesmo da criação do Brasil foram documentados pela Arqueologia, História, Antropologia e Linguística, cujos registros estão presentes em diferentes instituições museológicas de nosso país e no exterior. Por muitos anos, a forma de representá-los os situava como pertencentes ao passado; não se vislumbrava que pudessem ter um futuro devido ao contato cada vez mais intenso com outros segmentos da sociedade nacional. Porém, na contramão dessa expectativa, os índios estão aí, presentes no cotidiano do país, com seus saberes, culturas, línguas, mitos, rituais, músicas.
Na constante busca pela atualização e enriquecimento, museus históricos e etnográficos viram-se obrigados a renovar seu olhar e sua mensagem sobre esses povos e seus patrimônios culturais. A 9ª edição da Primavera dos Museus convida os brasileiros a um encontro com os patrimônios culturais indígenas. Que ele seja proveitoso, estimulante e criativo no sentido de abrir novas interpretações e visões sobre a nossa rica diversidade étnica e cultural. Que o museu seja, como definiram os Ticuna, “um lugar para guardar nosso futuro, para colorir o pensamento, para segurar as coisas do mundo”.

 

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