Prisão em 2ª instância: o que isso tem a ver contigo?
9 de novembro de 2019

Na última quinta-feira (07), o STF reinterpretou a lei e determinou que um condenado só pode ser preso e começar a cumprir a pena após serem esgotados todos os recursos e ser julgado em todas as instâncias, mas o que isso tem a ver com você?Como isso te afeta? Como você sentirá isso na pele?

É sobre a sua segurança

A decisão do STF sobre a prisão em segunda instância não é só sobre o Lula; ela é também sobre quase 5 mil presos que podem ser libertados, entre eles indivíduos perigosos — a segurança pública está ameaçada. Para que um desses presos seja libertado, basta que o advogado dele envie um requerimento ao juiz, que irá aceitá-lo, a menos que ele considere o preso perigoso — nesse caso, o indivíduo continuará preso preventivamente.

No entanto, não podemos nos considerar seguros, já que constantemente nós vemos juízes colocando assassinos e traficantes no regime semiaberto, ou em liberdade, por não considerá-los perigosos — juízes corruptos, evidentemente. Já criminosos que “não representam perigo à segurança pública”, que cometeram “crimes leves”, poderão ser libertados sem problemas.

Além disso, os indivíduos que cometerem crimes após essa mudança, só poderão ser presos após serem esgotados todos os recursos, a menos que haja a prisão preventiva pelo perigo à sociedade, como eu disse antes. Os criminosos tem agora um incentivo para cometer crimes. A certeza de que não serão punidos, ou de que isso irá demorar muito tempo — provavelmente anos — está ainda maior. Para eles, o crime irá compensar.Sendo assim, a tendência é de aumento da criminalidade nos próximos dias. O cidadão comum está com a sua segurança mais ameaçada do que antes.

É sobre a economia e o seu dinheiro

Com essa mudança, o Brasil torna-se um lugar ruim ou inseguro para investir. Isso foi percebido hoje: o Ibovespa Futuro, um dos indicadores da bolsa de valores, começou o dia em queda, devido a assuntos envolvendo EUA e China, e por causa da decisão do STF. Mais tarde, devido a situação entre EUA e China, novamente, e à soltura do ex-presidente Lula, as ações de várias empresas na nossa bolsa perderam valorO dólar também subiu, e com o dólar mais caro, muitos dos produtos importados ficam mais caros.

Imagine que você é um estrangeiro e iria investir em uma rede de lojas, mas então recebe a notícia sobre a prisão em segunda instância e logo percebe que isso irá prejudicar a segurança das lojas; isso irá aumentar a criminalidade. Então as lojas no Brasil tornam-se um negócio ruim, ou pior do que antes. Esse é um exemplo prático.

E mais uma pergunta: você, se fosse um investidor, aplicaria dinheiro em um país onde políticos corruptos estão sendo libertados? Isso seria um bom negócio para você?

É sobre como o mundo nos vê

Com bandidos condenados sendo simplesmente libertados, e com bandidos ficando muito tempo livres e impunes, o Brasil continuará a ser visto como um país corrupto e atrasado, como um lixo, por muitas pessoas no mundo. Passaremos ainda mais vergonha.

Concluindo

Caso você tenha pensado que a decisão do Supremo Tribunal Federal não iria te afetar, que não tinha nada a ver contigo, que você não a sentiria na pele: espero que tenha entendido; que agora esteja ciente do problema; e meus parabéns por ter lido até aqui.

Esse é um texto que escrevi para que pessoas comuns, que não entendiam o problema passassem a entendê-lo. Divulgue para os seus conhecidos.

O que podemos e devemos fazer?

O jeito é o Congresso mudar a lei, para tornar obrigatória a prisão após a condenação em segunda instância. Hoje, sábado (09), haverá protestos em várias cidades do país, organizadas por diferentes movimentos. Esses protestos não são para um lado específico, são para todos os cidadãos de bem e conscientes. Devemos todos nos unir a favor da a prisão em segunda instância. Lembre-se disso.

No site do movimento Vem Pra Rua, podemos encontrar os locais e os horários dos protestos organizados por ele em cada cidade. Informe-se, procure por protestos na sua cidade.

Fonte: Expresso Diário