Armamento, encontrado na Gardênia Azul, estava enrolado em plástico preto, dentro de um carro que havia saído da Rocinha
Policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro recuperaram, na tarde desta quinta-feira, oito metralhadoras desviadas do Arsenal de Guerra do Exército, em São Paulo, no mês passado. O armamento estava na Gardênia Azul, território da Zona Oeste da cidade que tem sido alvo de disputas entre milicianos e traficantes. O secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Marcus Amim, vai dar uma entrevista coletiva, nesta quinta-feira, às 19h, onde dará detalhes da investigação que resultou na apreensão das armas furtadas do Exército.
Segundo as investigações da DRE, as armas do Exército circularam por várias favelas antes de serem apreendidas. Passaram pelo Complexo da Penha e pela favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, ambos na Zona Norte da cidade. Antes de serem apreendidas na Gardênia Azul, estavam na Rocinha, na Zona Sul do Rio. O carro que levava as metralhadoras na mala foi seguido pela polícia após sair da favela. Já na altura da Gardênia, os criminosos notaram a presença dos policiais da DRE e abandonaram o veículo, deixando o armamento para trás.
As armas estavam embaladas em sacos pretos de plásticos e presas com fita adesiva. O armamento foi encontrado na mala de um carro numa área da Gardênia dominada atualmente pelo tráfico e será levado para a Cidade da Polícia, na Zona Norte.
Polícia recupera metralhadoras desviadas do Exército em SP em área de tráfico no Rio
Segundo o delegado André Neves, titular do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), as armas ainda passarão por perícia, mas a priori todas estão operacionais, em condições de uso.
Numa rede social, o governador do Rio, Cláudio Castro, comentou a apreensão do armamento pela Polícia Civil e disse que não irá retroceder no combate ao que chamou de máfias que atuam no estado. Segundo ele, de janeiro a setembro deste ano as forças de segurança do estado apreenderam mais de 4900 armas de fogo.
O Arsenal de Guerra de São Paulo é o último escalão do Exército para onde vão as armas que precisam de conserto. Se os batalhões não conseguem arrumar o armamento quebrado, ele é encaminhado para a unidade, que fica em Barueri, na Grande de São Paulo, e funciona como uma espécie de fábrica de armas.
Ao todo, sumiram do local 13 metralhadoras calibre.50 e 8 de calibre 7,62, armamentos inservíveis recolhidos para manutenção. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar as circunstâncias do crime. A investigação segue em curso e está sob sigilo.
Logo depois que o sumiço foi identificado, o Exército manteve aquartelada “de prontidão” toda a tropa do Arsenal de Guerra de São Paulo, um total de 480 militares. Na última terça (17), o batalhão passou do estado de”prontidão para sobreaviso”, com a liberação de parte da tropa. Hoje, 160 militares ainda estão mantidos no local.
Segundo o GLOBO apurou, foram proibidos de sair principalmente aqueles que trabalharam nos dias 6 e 7 de setembro. Uma das possibilidades investigadas é de que o roubo tenha ocorrido no ferido de 7 de setembro, quando o quartel estava com efetivo reduzido. Um subtenente responsável por esse depósito é o mais visado pela investigação. Os militares estão sendo ouvidos.
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