O cientista brasileiro Pedro Bernardinelli, que integra o grupo de pesquisa multinacional Dark Energy Survey (DES), coordenou um estudo que possibilitou a descoberta de 461 novos objetos no Sistema Solar, que podem ajudar no entendimento da formação e evolução do nosso sistema.
Bernardinelli é Ph.D no Departamento de Física e Astronomia da Universidade da Pennsylvania (UPenn), e liderou a pesquisa cujas observações levaram 6 anos, começando em 2013 e terminando em 2019.
Para descobrir esses objetos, eles tiveram que reprocessar todas imagens captadas e registradas no DES de uma mesma região ao longo de várias épocas, de modo a identificar a órbita desses novos objetos. São milhares e milhares de gigabytes, e o resultado desse trabalho começou a dar frutos recentemente.
Descobridor de cometas
Nesse processo, Pedro também identificou o maior cometa já visto, conhecido como: C/2014 UN271, ou Bernardinelli-Bernstein em homenagem a ele e seu orientador, que também participou da descoberta junto com os demais membros da colaboração DES.
Vale ressaltar que o programa de pesquisa DES investiga o papel da energia escura, que atua na expansão acelerada do nosso universo. Os pesquisadores utilizaram o Telescópio Blanco, de 4 metros, do Observatório Interamericano de Cerro Tololo (CTIO), no Chile, com o objetivo inicial de medir a taxa de expansão cósmica.
Além de Netuno
Entretanto, ao observar o céu, isso também permitiu novas descobertas, como as de objetos transnetunianos, ou seja, pequenos corpos gelados que orbitam o Sol e estão além do planeta Netuno. Com essa nova descoberta, o número de objetos transnetunianos conhecidos passa para quase 4 mil!
Mas por que estudar esses objetos pode nos ajudar a compreender o nosso Sistema Solar?
Há suspeitas de que os objetos transnetunianos são remanescentes da formação do nosso sistema, sendo assim, podemos entender a origem de sua criação. Além disso, funcionam como sinalizadores da gravidade no sistema solar e podem indicar a existência de um nono planeta no sistema solar, mas isso é uma outra história…
Fonte: Olhar Digital
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