Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Salões de Beleza (ASSB), apontou que 44% dos entrevistados não encontram profissionais capacitados para repor a equipe. No entanto, 35% afirmaram que parte da equipe atende em domicílio sem parceria com o salão. A pesquisa foi feita maio deste ano e passou por diversos estados do país.
“Buscamos divulgar as profissões voltadas para a área da beleza, pois somos o terceiro maior mercado consumidor de produtos para os cabelos, o que requer uma procura grande. Este fomento está sendo feito junto às escolas e cursos profissionalizantes para que haja uma maior valorização da profissão, além de melhor capacitação dos profissionais da beleza”, afirmou o presidente da ASSB.
Segundo Ana Carolina Damasio, analista de projetos e especialista em beleza e estética do Sebrae Rio, este déficit de profissionais é bem comum.
— Sabemos que essa escassez (de profissionais) tende a aumentar, considerando o crescimento dos serviços prestados aos consumidores e a baixa entrada de profissionais na academia e egressos destes cursos profissionalizantes. O que temos feito é movimentar o mercado neste sentido e promover debates e ideação com as partes interessadas para entender e, também, a formação de novos profissionais — afirmou.
Para suprir a demanda a analista do Sebrae recomenda:
— Indicamos que os donos de salão se aproximem de escolas e instituto de formação, onde possam ofertar estágios e oportunidades para que os clientes possam conhecer e também se aproximar destes novos profissionais.
Ainda de acordo com Ana Carolina, o que afasta os profissionais dos cursos profissionalizantes é o alto custo, os preços variam de R$ 250 até R$ 5.500,00, caso tenha algum profissional renomado. Com isso, alguns interessados não conseguem arcar com as despesas, além do tempo de duração, que normalmente é longo.
— Nós, do Sebrae, investimos em iniciativas e oportunidades para o empreendedorismo, profissionalização na gestão do negócio, inovação e desenvolvimento sustentável, temos inclusive aberto até o final deste mês um Edital de seleção de 40 empresas e profissionais formalizados para iniciar uma jornada de 5 meses, cujo investimento tem subsídio de 97% do Sebrae. Mas existem outros cursos envolvendo o Senac, institutos de beleza e academias que fazem parcerias com salões — disse.
Retomada lenta no pós-pandemia
A pesquisa também apontou uma queda no faturamento dos salões. De acordo com o levantamento, 12% dos pesquisados faturaram, em março passado, 30% menos que em igual período em 2019. Já em relação ao mês de abril deste ano, 11% dos pesquisados faturaram 20% menos do que no mês de abril de 2019, e 31% faturaram mais do que em abril de 2019.
Para Ana Carolina Damasio, essa queda, além do impacto da pandemia, tem relação com a independência dos profissionais que, por muitas vezes, preferem atender em domicílio do que no estabelecimento. A Lei do Salão Parceiro (Lei nº 13.352, de 27/10/2016) permite que esse acordo seja feito entre o empregador e o empregado, o que gera essa independência por parte do profissional:
— Para o segmento esta relação é relevante para os avanços trabalhistas. Contudo, ao olhar pelo aspecto de “agenda” de atendimento ao cliente esta relação pode gerar uma instabilidade na prestação do serviço. O profissional atende estas demandas com seus recursos próprios. Assim, tem-se a geração de dias e horários vazios nos estabelecimentos de beleza. Mesmo sabendo que, o combinado entre as partes em contrato precisa ser cumprido.
Apesar da demanda ser alta, sobretudo com os serviços independentes, Damasio aponta vantagens para o profissional se manter dentro de um salão de beleza.
— Ele pode ter seu estoque mais diversificado, as condições sanitárias e de segurança de acordo com a legislação, os equipamentos, a estrutura e a própria gestão do agendamento, compra e venda de produtos, entre outras vantagens mútua desta parceria, que uma relação sempre é muito positiva quando é da vontade de ambos e este contrato é cumprido — concluiu.
Fonte: Extra
Formado em Sistemas de Informação pela FAETERJ, carioca de coração, apaixonado por teologia, tecnologia, matemática, geografia, história e pela sociedade em geral.
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