Matéria publicada no Diário do Pará online sobre decisão inédita da Justiça do Pará.
Com um brilho de esperança no olhar, sentado, com a filha no colo, o servidor público Pedro Melo, de 28 anos, conta os desafios da gestação de sua esposa, Camila Martins Melo, de 27 anos, que morreu três dias após dar a luz à graciosa Hadassa, hoje com seis meses, que ficou sem mãe, mas ganhou uma família com a motivação de fazê-la uma mulher estudiosa, realizada e feliz.
Com oito anos de casada, Camila fez tratamento para engravidar, pois tinha problemas de mioma. Em fevereiro de 2014, veio a notícia tão almejada: a assistente financeira estava grávida.
“Ela fez uma cirurgia três anos antes, mas a menstruação atrasou e, assim, descobrimos que ela estava esperando um bebê. A gravidez foi de risco. Na ultrassonografia apareciam uns 10 miomas, e na hora do parto, quando a médica abriu, tinham mais de 30”, lembra Melo.
Ao perder muito sangue no parto, Camila não resistiu. “Ela não chegou nem ver a nossa filha. Desmaiou quando ela nasceu. E três dias depois, teve uma parada cardíaca e morreu”, disse Pedro, que procurou o Recursos Humanos (RH), da Superintendência do Sistema Penal (Susipe), para dar entrada na licença paternidade, de cinco dias corridos, e a de nojo, específica em caso de morte, com até oito dias de afastamento.
E foi surpreendido por outro recurso da justiça: a licença maternidade para pais viúvos, de até seis meses.
“Quando minha filha nasceu fui ao protocolo da Susipe e dei entrada na licença paternidade, e depois de três dias na de ‘nojo’. Mas, a própria instituição viu que eu tinha direito a outra maior e, lutou pelo meu benefício. Foi o próprio RH que procurou a Sead (Secretaria de Administração) e deu entrada na licença. Eu não precisei fazer nada, apenas ir assinar o documento de liberação. Isso foi inédito para mim”, relatou o agente prisional.
FUNDAMENTAL
O tempo em que ficou afastado de suas atividades foi fundamental para Pedro organizar a sua vida, após a precoce perda, e estabelecer metas para o futuro dele e da filha.
“Eu e a minha filha viemos morar na casa dos meus pais, que me ajudam com ela junto à minha tia, que cuida dela todos os dias. Agora, já voltei ao trabalho e tento levar minha vida e fazer da Hadassa, uma mulher saudável, dedicada aos seus estudos e feliz”, concluiu o viúvo.
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