Por que muitas pessoas preferem a margarina?
Na década de 1960, quando a ciência definiu quem era o grande vilão dos problemas cardiovasculares, o açúcar ficou de fora propositalmente.
Os produtores de cana pagaram propina para que os cientistas de Harvard omitissem os estudos sobre os malefícios do açúcar.
(Esse estudo foi publicado pela revista científica Jama Internacional Medicine)
E graças ao “bom” marketing da indústria alimentícia, a manteiga – uma das representantes da gordura – foi sacrificada, no lugar do carboidrato, como inimiga do coração.
Dessa forma, a indústria instalou uma “gordurofobia” geral na sociedade, como gosta de chamar o nosso consultor Dr. Carlos Schlischka. Com isso, a gordura animal foi sendo negligenciada na dieta das pessoas.
Esse cenário foi se agravando tanto que a população do mundo inteiro ficou enraizada com uma falsa ideia de que todos os tipos de gorduras são ruins.
Temeram certos alimentos e enalteceram outros que não são tão bonzinhos como se apresentam.
Gorduras vegetais: evite o máximo possível. Alerta!
Você deve estar se perguntando: “Mas, por que a margarina é pior que a manteiga??”
Para entender melhor, resgatei uma entrevista que a Jolivi fez com o Henrique Freire Soares, docente pela VP Centro de Nutrição Funcional e mestre em nutrição humana.
Ele deu uma entrevista fantástica sobre a relação entre a alimentação e câncer que quem é assinante do Dossiê pode conferir na sexta edição.
O nutricionista apontou a gordura vegetal hidrogenada, a margarina, como a mais nociva entre as substâncias que podem induzir ao câncer.
Ele nos contou que, pela legislação, é liberado para as indústrias produtoras, indicarem no rótulo dos produtos, apenas como gordura vegetal, o que pode confundir as pessoas que associam o vegetal com natural, saudável.
E essa confusão é o principal motivo de muitas pessoas preferirem margarina do que a manteiga. Sim, é verdade que a gordura vegetal hidrogenada é feita a partir de um óleo vegetal. Porém, ela é o resultado de um processo chamado hidrogenação que usa o gás hidrogênio para converter o óleo vegetal líquido em gordura.
Nessa modificação química, a sua estrutura é transfigurada e os nutrientes primitivos se perdem. Resultado: o óleo vegetal se transforma em gordura trans artificial que o nosso corpo não reconhece como alimento e não metaboliza.
E não se assuste: ela se torna cancerígena.
Por isso, Soares adverte que a margarina não só pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, mas a alta ingestão pode ter uma relação direta com câncer. Muita gente não sabe dessa informação e preferem colocar um veneno cancerígeno na geladeira.
Na minha casa também, tem dois potes e eu vivo tentando convencer a minha mulher.
“Pare de comprar margarina! É péssimo para saúde!”.
Acho que agora ela vai me escutar.
Manteiga, o “santinho”?
Como vimos, por muito tempo, a indústria alimentícia nos convenceu de que o consumo de manteiga teria que ser evitado. E além disso, os males associados ao consumo de manteiga se originaram na crença de que a gordura saturada causa doenças do coração e faz mal à saúde. No entanto, para fazer esta recomendação, fiz uma pesquisa breve sobre a manteiga e encontrei um relatório muito interessante.
Um estudo publicado pelo periódico científico PLOS ONE no final de junho de 2015, revisou 9 estudos já publicados sobre a gordura animal. Os pesquisadores não encontraram nenhuma associação entre a ingestão do alimento e os riscos cardiovasculares. E ainda mais, os resultados mostraram que 14 gramas de manteiga foi relacionada a uma redução de 4% no risco de diabetes tipo 2.
PORÉM , para chegar à conclusão final de que a manteiga realmente tem poder de diminuir diabetes, os autores da pesquisa disseram que são necessários mais estudos sobre o assunto.
À vista disso, você ainda não tem total liberdade para exagerar na manteiga no seu café da manhã. Assim como você, eu também sou fã do “pão (com manteiga) nosso de cada dia”.
Mas para não exceder no consumo de manteiga, criei outra opção para o meu café da manhã:
Pão com Azeite de Oliva
Na minha casa, eu gosto de usar o óleo de azeite para comer pãozinho.
De vez em quando – ou melhor, quase sempre – substituímos as gorduras pelo óleo e juro, fica beeem gostoso. Eu indico a azeite de oliva porque é uma poderosa fonte de antioxidantes – aquela substância que diminui câncer, sabe?
Esse alimento milenar, diminui o colesterol ruim, protegendo o coração e reduzindo as doenças cardiovasculares. E mais: previne os ataques do coração e acidentes vasculares cerebrais, mais conhecido como AVC’s ou derrames. O Dr. Carlos Schlischka nos contou também que, na hora de escolher o melhor azeite no supermercado, é bom preferir os produtos comercializados em vidro escuro.
Pois o contato com a luz pode oxidar o óleo e comprometer a sua saúde. E aí? O que você acha de um pão com azeite para o café da manhã de amanhã? E se o pão for sem glúten, melhor ainda.
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