O empreendedor Orkut Büyükkökten reativa o endereço de sua antiga rede social e promete novidades dois dias após a compra do Twitter por Elon Musk
Na quarta-feira, o site da rede social foi reativado e uma nova mensagem de seu fundador deu esperança aos órfãos do Orkut. “A melhor rede social é aquela que enriquece sua vida, mas não a manipula”, diz seu criador em uma carta aberta. “Eu sou um otimista. Acredito no poder da conexão para mudar o mundo. Acredito que o mundo é um lugar melhor quando nos conhecemos um pouco mais. É por isso que criei a primeira rede social do mundo quando era estudante de pós-graduação em Stanford. É por isso que eu trouxe o orkut.com para tantos de vocês ao redor do mundo. E é por isso que estou construindo algo novo. Vejo você em breve!”. E, logo abaixo, já um espaço para que o usuário coloque seu e-mail e receba as novidades.
O otimismo de Orkut é verdadeiro. Ele afirma que criou sua rede social pensando em um ambiente livre de discursos de ódio. Na maior parte do tempo, o espaço era de fato mais seguro do que o que estamos acostumados hoje. A plataforma teve sua cota de polêmicas, mas o empreendedor tinha uma motivação benevolente de reunir as pessoas. Tanto que alguns anos após o fechamento do Orkut, em 2016, Büyükkökten lançou outra rede, Hello.
Com foco em smartphones, o objetivo da plataforma era reunir pessoas com gostos semelhantes. “As comunidades ofereciam às pessoas um espaço seguro para que elas se reunissem e dividissem seus interesses, sentimentos e paixões genuínas. Criamos toda a experiência de Hello em torno das comunidades”, disse o empreendedor na época. Mas a Hello não vingou. Em 2019, tinha apenas 1 milhão de usuários ativos, muito menos do que o Orkut. Ainda está ativa e seu principal mercado é a Índia.
Agora, a volta da popular rede social pode retomar parte desse antigo prestígio. A escolha do momento de divulgação não poderia ser mais oportuna: apenas dois dias após o anúncio de que Elon Musk compraria o Twitter. A promessa do bilionário dono da Tesla é criar um ambiente de neutralidade. “Para o Twitter merecer a confiança do público, ele deve ser politicamente neutro, o que efetivamente significa perturbar a extrema direita e a extrema esquerda igualmente”, escreveu ele. Mas especialistas acreditam que isso significa colocar informações sérias em pé de igualdade com teorias da conspiração, prejudicando o debate público.
Já Orkut quer ir na direção oposta. “Nossas ferramentas online devem nos servir, não nos dividir. Eles devem proteger nossos dados, não vendê-los. Eles devem nos dar esperança, não medo e ansiedade”, escreveu ele. Ainda é cedo para dizer exatamente o que ele pretende – e mesmo se o retorno do Orkut será uma realidade. Mas um ambiente relativamente seguro em que as pessoas se encontrem para discutir hobbies e gostos, e não defender suas crenças a qualquer custo, pode ser exatamente o que a internet precisa. E é por isso que usuários estão empolgados com a possibilidade.
Fonte: Veja
Formado em Sistemas de Informação pela FAETERJ, carioca de coração, apaixonado por teologia, tecnologia, matemática, geografia, história e pela sociedade em geral.
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