Em quatro meses, 600 animais morreram. Um inquérito foi aberto para apurar crime ambiental e maus-tratos.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal realizaram uma perícia no Centro de Tratamento de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, em Seropédica, na Baixada Fluminense, no começo da tarde desta terça-feira (2). Os fiscais constataram diversas irregularidades.
Um inquérito foi aberto para apurar crime ambiental e maus-tratos dos animais no local, que deveria auxiliá-los a se recuperarem.
O contrato com a empresa terceirizada responsável pelos tratadores foi suspenso.
Mais de 600 animais morrem em centro de tratamento do Ibama
Os funcionários contaram que, ao longo do ano passado, também foi suspenso o contrato para o fornecimento de ração e que os animais só tiveram alimentos graças a doações. Os contratos foram regularizados há cerca de um mês.
Algumas gaiolas estão superlotadas, uma delas tem 26 papagaios. Várias aves já poderiam estar soltas na natureza, mas as operações envolvem custos e viagens. Sgundo os funcionários, não têm sido autorizados pelo superintendente do Ibama no Rio de Janeiro.
Outros funcionários devem ser ouvidos pelos policiais federais ao longo da semana. O superintendente do Ibama no Rio, contra-almirante da reserva da Marinha Alexandre Dias da Cruz, também deve prestar depoimento.
“A Polícia Federal, desde a semana passada quando recebeu a noticia da situação pela qual se encontra aqui o Cetas do Ibama em Seropédica, abriu formalmente a investigação a fim de apurar as condições pelas quais os animais estão submetidos aqui. Foi instaurado um crime visando a apurar os maus-tratos, artigo 32 da lei de Crimes Ambientais. Já foram ouvidos alguns servidores aqui do Cetas do Ibama e essa semana serão ouvidos outros dois”, afirmou o delegado Sandro Pereira.
MPF recomenda que Ibama restabeleça cuidados no local
Após realizar uma inspeção nesta terça-feira (2) no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), o Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação à superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama-RJ) para restabelecer imediatamente os cuidados e a recepção de animais silvestres no local.
“Para nós, tão grave quanto não ter tratamento adequado aqui é você não providenciar uma rápida entrada e saída de animais aqui desse centro. (…) Nós vamos então cobrar tanto copias desses processos como também outras informações relacionadas à falta de funcionários e à falta de tratamento adequado para esses animais aqui”, afirmou o procurador da República Sérgio Suiama.
O que dizem os citados
O MPF deu prazo de 10 dias para que o Ibama regularize os serviços de recepção, tratamento e soltura dos animais.
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