O ex-deputado estadual Jorge Picciani morreu na manhã dessa sexta-feira (14) após perder uma batalha contra um câncer. Ele estava com 66 anos e internado no Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or, em São Paulo.
Picciani nasceu em 25 de março de 1955. Formou-se em contabilidade pela UERJ, e estatística pela Escola Nacional de Estatística. Também foi presidente da Assembleia Legislativa do RJ (Alerj). E teve uma longa carreira política, em muitos momentos marcada por episódios de investigação por atos de corrupção.
De acordo com a Alerj, Picciani conquistou o primeiro de seus seis mandatos como deputado estadual. Passou por todos os cargos importantes na Mesa Diretora do Legislativo, até se eleger, por quatro mandatos consecutivos, presidente da Alerj (2003-2010), posto que voltou a ocupar em 2/2/2015, após ficar quatro anos afastado do Parlamento.
Considerado um dos principais nomes do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Brasil, Jorge Picciani, em quase 30 anos na Alerj, colecionou escândalos de corrupção e se notabilizou por ser um grande articulador. Ele foi eleito pela primeira vez em 1990, assumiu o cargo de deputado estadual em 1991, ficando até 2011. Retornando ao posto em 2015, ficou no cargo até 2019. Nesse último período, foi preso, alvo das operações Furna da Onça. Ele presidiu a Casa entre 2003 e 2011; e 2013 e 2017.
Em março de 2019, o Tribunal Regional Federal (TRF2), por meio da primeira Seção Especializada, condenou Jorge Picciani, e outros dois deputados estaduais do MDB, Paulo Melo e Edson Albertassi, por crimes investigados na Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato. Cinco desembargadores votaram pela condenação e nenhum contra.
Na época, Picciani foi beneficiado com a prisão domiciliar, após alegar problemas de saúde. “Picciani, Paulo Melo e Albertassi se aproveitaram de sua condição de deputados estaduais para obter benefícios pessoais. Todos os três tinham poder para frear os crimes cometidos pelo ex-governador Sérgio Cabral, mas nada fizeram, pelo contrário, blindaram o político de investigações na Alerj. Fica claro que a presente organização é muito maior do que o que vemos aqui”, acrescentou o revisor do processo, o desembargador Messod Azulay.
Em novembro de 2018, Picciani foi alvo de outra operação, a Furna da Onça. A operação investigava ele e outros parlamentares da Alerj em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada, principalmente no Detran/RJ, em desdobramento da Cadeia Velha. De acordo com as investigações, a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e federais. Além do ex-governador Sérgio Cabral, tinham função de comando na organização investigada os ex-presidentes da Alerj Jorge Picciani e Paulo Melo, presos antes na Operação Cadeia Velha e com novas ordens de prisão na Furna da Onça.
Picciani ficou afastado da Alerj por quatro anos, entre 2011 e 2015, após uma candidatura frustrada ao Senado, na qual teve o apoio de Cabral. Ele é pai de Leonardo e Rafael Picciani, que também seguiram na carreira política. Outro filho, Felipe Pícciani, acusado de participar em negócios ilícitos com o pai, também já foi preso. No governo de Leonel Brizola, foi secretário de Esportes e presidente da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (SUDERJ).
Leonardo Picciani, que foi deputado federal pelo Rio de Janeiro, entre 2003 e 2019, e chegou a ser ministro dos Esportes no Governo Temer, tentou a reeleição em 2018, mas foi derrotado, ficando como quarto suplente. Já Rafael, que esteve na Alerj até 2019, optou por não concorrer à reeleição, após os escândalos de corrupção envolvendo a família.
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