Missa do Galo reuniu centenas de fiéis na Igreja São Jorge em Seropédica
25 de dezembro de 2013

A Celebração foi presidida pelo Padre Jefferson Silva de Oliveira

Nesta terça-feira (24), a tradicional Missa do Galo reuniu centenas de pessoas na Comunidade São Jorge da Paroquia Maria Mãe da Igreja, localizada no Bairro Vera Cruz em Seropédica. Seguindo o costume dos últimos dois anos, a missa teve início às 20h. A cerimônia foi presidida pelo Padre Jefferson e emocionou os fiéis presentes.

A missa tratou sobre o nascimento de Jesus Cristo, celebrado neste dia. Para o Padre Jefferson, a data é sinônimo de esperança. “Natal é renascimento, é esperança, é sonho. É a certeza de que Deus está conosco, portanto, o futuro está garantido. Nós podemos sonhar, ter esperança. Não precisamos desanimar diante da dor, pois Deus veio e caminha conosco, entrando na história humana pra valer. Este é um tempo de solidariedade, de partilhar onde vivemos aquilo que temos de melhor”, disse.

Em seguida o Padre Jefferson leva o menino Jesus e o coloca na Manjedoura no Presépio montado em frente à igreja, e fala que Jesus é o Pão que veio alimentar o nossa alma:” Pão e vinho: ambos indicam a morte de Jesus, mas também a sua doação, como alimento para nós. Pão, na perspectiva bíblica, indica alimento indispensável para viver (Sl 78,20; Sl 104,15). O pão deve ser dividido com o faminto. É o gesto primordial do homem justo (Is 58,7; Ez 18,7). Ele é símbolo do banquete escatológico (Lc 14,15). Vinho não indica tanto o alimento primordial para viver, quanto à plenitude de vida na alegria. Ele simboliza o aspecto agradável da existência: a amizade, o amor, a exultação. É apresentado para indicar a alegria celeste (Am 9,14; Os 2,24; Jr 31,12).

Ao final da Missa houve uma representação dos jovens da Catequese de quando o Anjo anunciou que Maria seria concebida pelo Espirito Santo e geraria o nosso Salvador: “Emanuel que significa Deus está conosco. E o sim de Maria e aceitação de José em assumir esta criança como seu legitimo filho” O rei Davi era a dinastia mais famosa de Israel, pois unificara o norte e o sul formando um dos maiores impérios do oriente, o povo sonhava com aqueles tempos em que Israel era uma nação respeitada e temida pelas demais, pois o rei Davi impunha respeito, pelo poder do seu numeroso exército, mas acima de tudo por ter sido ungido do Senhor, pois ser rei era uma missão divina. As profecias falavam que o esperado messias era dessa família e que seria igual ou até melhor que Davi, ele era para o povo o braço poderoso de Deus lutando a favor dos pobres, alinhando-se com os homens justos e punindo os maus.

Os grandes acontecimentos ou decisões importantes que representem mudança na vida do povo, só poderiam ocorrer no meio dos poderosos, ao povo cabia ouvir, dizer amém e aguentar as consequências. Entretanto a vinda do messias começa a ser articulada entre Deus e uma mocinha pobre da periferia chamada Nazaré, até ela própria fica assustada e surpresa quando percebe que está em suas mãos mudar os rumos da história do seu povo. A mudança dos rumos de uma nação, só começa a acontecer de fato, quando o povo descobre a sua força. Deus nunca seguiu as estruturas humanas para realizar a salvação da humanidade, escolhe como parceiro pessoas fracas, aparentemente incapazes de fazer qualquer mudança.

Por caminhos tortuosos, incompreensíveis para os homens, Deus irá cumprir com a promessa, o noivo de Maria chama-se José e pertence a família do grande rei Davi mas apesar disso, José é um homem do povo, que vive de sua profissão de carpinteiro. E Maria? Quais eram seus planos de vida?

Todos nós temos de ter um projeto de vida, quem não tem, acaba não vivendo bem e nem sabe o sentido da vida. Maria estava prometida em casamento a José, como seu povo ela também esperava o messias, ela também alimentava no coração a esperança de dias melhores.

E em um momento de oração Maria se abre para ouvir a Deus e descobrir a sua vontade a seu respeito. Somente uma fé madura e consciente consegue se abrir diante de Deus e ao mesmo o questiona. Há certas coisas em nossa vida de difícil solução, e que seria tão bom se Deus fizesse do nosso jeito. Não que Deus seja sempre do contra, mas nunca vai ser do nosso jeito. Em Maria vemos o que é realmente a fé, quando não fazemos questão que seja do nosso jeito, mas sim do jeito de Deus, daí é que as coisas vão acontecer. Só que o jeito de Deus não é muito fácil de aceitar porque ultrapassa a lógica humana.

Maria não é casada, não tem marido, quando ela apresenta essa dificuldade o anjo anuncia que as coisas irão acontecer do jeito de Deus e para que Maria possa confiar é lhe dado um sinal, a prima Isabel, avançada em idade e ainda por cima estéril, irá conceber uma criança. Os sinais de Deus nunca seguem a lógica humana, mas é preciso confiar. E Maria aceita totalmente a missão, que não será das mais fáceis, abre mão de todos os seus planos, inclusive o casamento com José, ela aceita o risco de ser acusada de infidelidade, o que poderia fazer com que fosse condenada à morte, caso o noivo a denunciasse.

Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra – Para nós, hoje é muito fácil aceitar e entender essa história. Mas pensemos um pouco em Maria, que não fazia ideia do que vinha pela frente, mas sabia que Deus estava com ela.

Hoje o reino de Deus vai acontecendo e sendo edificado em meio aos homens, na medida em que, como Maria, nós aceitamos o desafio, fazendo de nossa vida uma entrega total e silenciosa nas mãos do Pai. Para isso é sempre preciso renovar a cada dia a decisão em favor de Jesus e seu reino…

Para celebrar o nascimento de Jesus, a missa do galo foi instituída no século V, rezada à meia noite do dia 24 de dezembro, tendo recebido tal nome por se dizer que na hora da celebração da Eucaristia um galo cantou fortemente anunciando a vinda do Messias. A igreja católica realiza essa missa desde o ano 330 d.C, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, na Itália, e o galo a concebe por representar vigilância, fidelidade e testemunho cristão.

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