Micose, hepatite e HIV: as doenças que podem ser transmitidas na hora de fazer as unhas
15 de novembro de 2021

Se não esterilizados corretamente, alicates podem transmitir de micose à HIV. Para evitar o problema, salões precisam seguir protocolos de biossegurança rígidos

Perguntas simples, mas que muitas vezes acabam sendo ignoradas. Quando você vai fazer as unhas, costuma levar seu próprio alicate? Verifica se as ferramentas utilizadas são descartáveis ou como elas são esterilizadas?

Se a resposta para essas perguntas for não, sinto informar, mas temos um problema. Acontece que, apesar de parecerem inofensivas, as ferramentas usadas por manicures e pedicures podem ser um vetor de transmissão de doenças graves. 

A médica infectologista, Ingrid Cotta, ressalta que há diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que devem ser seguidas por salões de beleza.

“Existem materiais perfurocortantes ali, que são os alicates. Diante de um material perfurocortante, existe o risco de transmissão das infecções, principalmente as virais”, explicou.

A norma determina que alicates, espátulas e outras ferramentas de metal sejam esterilizadas entre um cliente e outro e guardadas em local limpo e seco com data da esterilização na embalagem.

Entenda os riscos de compartilhar alicates e espátulas na hora de fazer as unhas

Os problemas, segundo a médica infectologista Ingrid Cotta, vão desde micoses – na pele ou nas unhas – à transmissão de doenças mais graves, como o HIV. Veja a explicação abaixo:

Infecções por fungos – Na pele, são as chamadas frieiras, já nas unhas são conhecidas como onicomicoses. Elas são as mais frequentes nos salões de beleza e também têm o tratamento mais simples. 

No caso das de pele, o tratamento pode levar de uma e quatro semanas. Nas unhas, cerca de quatro meses

Doenças transmitidas por vírus – De acordo com a especialista, esses são os casos mais graves e que  realmente preocupam os médicos. 

“O vírus da hepatite B fica na superfície por até seis dias. Já o vírus da hepatite C pode ficar até 24 horas e o do HIV durante até uma hora. Imagine que um alicate que tenha entrado em contato com o sangue de alguém infectado seja usado em outra cliente, entre em contato com o sangue de outra pessoa”, acrescenta Ingrid.

Infecções bacterianas – Segundo a infectologista, se a unha do pé ou a área ao redor da unha parecer vermelha, quente ou inchada alguns dias após a pedicure, você pode ter uma infecção bacteriana na pele ou nas unhas. 

“O tratamento pode incluir antibióticos e possivelmente uma incisão para drenar a área”, explica um trecho de um artigo da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos.

Vacina e ferramentas individuais podem evitar problemas na manicure, diz especialista

A principal orientação da infectologista Ingrid Cotta, é para que se leve o próprio alicate quando for fazer as unhas. Além disso, é importante a vacinação contra a hepatite B, uma doença sem cura.

“É uma vacina de excelente eficácia e disponível no nosso meio, tanto para as profissionais do salão de beleza como para as usuárias”, afirmou.

Em caso de corte, água corrente e sabão são suficientes para neutralizar os patógenos. A médica contraindica o uso de substâncias abrasivas, como álcool e água oxigenada.

Folha Vitória

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