Escrita pelo jornalista Camilo Vannuchi, que não esconde o apreço por Marisa Letícia, Lula e o Partido dos Trabalhadores, a biografia relata com detalhes episódios da vida da ex-primeira-dama, tanto antes quanto após o casamento com o ex-presidente
A biografia Marisa Letícia Lula da Silva, que relata a história de vida da ex-primeira-dama, morta em 2017 após ter sofrido um AVC causado por um aneurisma e que foi casada por 42 anos e oito meses com Lula, aponta que Marisa suspeitava de traição e chegou a cogitar se divorciar do ex-presidente.
Escrita pelo jornalista Camilo Vannuchi, que não esconde o apreço por Marisa Letícia, Lula e o Partido dos Trabalhadores, a biografia relata com detalhes episódios da vida da ex-primeira-dama, tanto antes quanto após o casamento com o ex-presidente. A proximidade do escritor com os envolvidos, inclusive, faz com que a obra conte com documentos e fotos pessoais obtidas diretamente com as famílias.
O primeiro caso conjugal explicitado aponta adultérios que teriam sido cometidos por Lula, inclusive o caso com a enfermeira Miriam Cordeiro, quando o petista e Marisa eram recém-casados. A relação extraconjugal resultou no nascimento da filha Lurian, em 1975.
Segundo a biografia, Lula já se relacionava com Miriam antes mesmo do contato com Marisa, mas teria parado de se encontrar com a enfermeira após assumir o relacionamento com a biografada. No entanto, após encontrar Miriam na casa de Maria, sua irmã, o ex-presidente deu uma carona para a enfermeira, ele traiu Marisa e Miriam engravidou de Lurian.
Após saber da gravidez, o ex-presidente demorou a contar a Marisa sobre a traição. Quando soube, ela não rompeu o casamento e fez questão que Lula assumisse a filha fora do casamento, mas desde que ele evitasse contato com a enfermeira, mãe de Lurian.
A relação de Miriam com Lula voltou à tona em 1989, durante a campanha presidencial da qual o petista participou, quando a mãe da filha do ex-presidente deu entrevista à campanha de Fernando Collor, então adversário do PT no segundo turno, dizendo que Lula teria oferecido dinheiro para que ela abortasse. O petista sempre negou a história, mas acabou perdendo a eleição para Collor.
Marisa é descrita pelo livro como uma mulher “atormentada pelo ciúme”, sempre desconfiada de traições de Lula. Também no início do casamento, ela desconfiou de um disco de Raul Seixas que o ex-presidente ganhou e dizia ter sido presente de seu amigo Devanir. Marisa acreditava se tratar de uma nova traição. O jornalista relata ainda que a ex-primeira-dama, “num momento de fúria”, quebrou o disco.
Após esses e mais episódios relatados, Marisa chegou a cogitar e ir atrás do divórcio. Segundo Camilo, ela foi a um advogado de sua confiança e teria dito “quero me separar do Lula”. A biografia diz que ele se recusou a assumir o caso por não trabalhar com separações e ainda ajudou a convencer a ex-esposa do presidente a desistir da ideia.
Mais recentemente, em 2012, Marisa voltou a desconfiar de traição do marido. Dessa vez, o caso envolvia uma operação da Polícia Federal que apontou que Rosemary Noronha, então funcionária da Presidência da República, havia se aproveitado do cargo para fazer negócios particulares e ainda seria a amante de Lula, que já havia sido presidente por dois mandatos àquela altura.
Marisa nunca se pronunciou sobre o caso, mas, segundo Camilo, suspeitava de traição do marido com a funcionária, que viajava com ele nas viagens oficiais em que a ex-primeira-dama não ia.
A biografia não conta com relatos da ex-primeira-dama, já que ela morreu, aos 66 anos, após a apresentação do projeto literário e pouco antes da primeira entrevista. Lula, seus filhos e muitos outros amigos, parentes e companheiros de vida pública foram entrevistados, porém. Publicado pela editora Alameda, o livro tem 405 páginas e foi lançado por R$ 68.
Fonte: O DIA
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