Há irregularidades em Magé, Caxias e Belford Roxo. Porém, situação é pior nos municípios de Petrópolis, Paraty, Itatiaia, São Fidélis e Itaocara.
Um levantamento do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana mostrou que 25% de todas as cidades do estado do Rio jogam lixo em locais inadequados. O descarte de resíduos fora de aterros sanitários é considerado crime ambiental.
A situação é ainda pior em alguns municípios onde a prefeitura despejava em lugares corretos, mas, depois da crise, passou a jogar tudo em lixões a céu aberto. Os dados são de 2016 e fazem uma relação sobre o índice de sustentabilidade da limpeza urbana.
De acordo com o levantamento, a situação é pior nos municípios de Petrópolis, Paraty, Itatiaia, São Fidélis e Itaocara. Essas cidades, segundo o sindicato, jogam seus resíduos em locais inadequados e têm percentuais muito baixos de reciclagem de lixo.
A equipe de reportagem do RJ2 fez um flagrante de crime ambiental às margens da Rodovia Rio-Teresópolis. O lixão de Bongaba em Magé,a na Região Metropolitana do Rio, foi encerrado tempos atrás. No entanto, a prefeitura do município reativou o espaço há alguns meses.
No site da prefeitura de Magé, uma nota do ano passado informava que o lixão virou, em 2011, um Centro de Tratamento de Resíduos. Mas as imagens do flagrante mostram vários caminhões descarregam todos os dias toneladas de lixo no local. Os resíduos ficam a céu aberto e apodrecem, trazendo ratos, baratas, urubus e até vetores que transmitem doença.
A prefeitura de Magé descartava o lixo da cidade no aterro sanitário de Seropédica, mas deixou de pagar pelo serviço durante quatro meses, quando foi impedida de continuar usando o aterro. Após essa restrição, voltou a descartar o lixo em Bongaba.
Em Duque de Caxias, é possível observar o despejo de lixo a céu aberto próximo ao Aterro Sanitário de Gramacho, que foi encerrado há seis anos. Os caminhões descarregam lixo de quem não quer pagar pela destinação correta em aterro sanitário.
“O que você percebe, que da massa de resíduo gerada no Rio de Janeiro já neste ano, 50% a menos do que ia para os aterros deixaram de ir, ou seja, é um descaminho de 50% da massa resíduos que tinha a destinação adequada, isso é o preocupante porque tá gerando um grande passivo ambiental pra todo o estado”, disse Márcio Matheus, presidente do sindicato nacional das Empresas de Limpeza Urbana.
Moradores de Bleford Roxo, na Baixada Fluminense, enviaram imagens através de redes sociais que mostram um lixão a céu aberto no bairro Parque Suécia. Eles dizem que caminhões de lixo com a logomarca da prefeitura despejam resíduos todos os dias no local. Outras denúncias semelhantes foram recebidas sobre Itaperuna, Resende, São Gonçalo e Duque de Caxias.
A capital do Rio de Janeiro aparece bem no levantamento. O município é uma das cinco cidades em melhor situação em todo o estado. No entanto, a prefeitura do Rio acumula uma dívida milionária junto a empresa que opera o aterro de Seropédica.
Em ofício enviado ao Tribunal de Contas e à Prefeitura, a empresa Ciclus diz que não foram pagos pelo serviço mais de R$ 32 milhões. Além disso, o contrato, que deveria ser ajustado pela inflação todo ano, não vem sendo atualizado. A prefeitura teria ainda deixado de pagar mais de R$ 22 milhões.
A Ciclus disse que se nada for feito nos próximos dias, vai parar de operar as estações de transbordo, podendo gerar um desastre ambiental de grande relevância. A justiça deu causas à Ciclus e determinou na segunda-feira (14) que a Comlurb pague o que deve em até três dias, ou seja, até quinta-feira (17).