Principal fórum de debates sobre a flora do Rio de Janeiro, a Jornada Fluminense de Botânica será realizada, neste ano, entre os dias 27 e 30 de agosto em Seropédica. As inscrições se encerram no dia 20 de julho e podem ser feitas pelo site oficial do evento.
A jornada acontecerá na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRRJ), mas algumas das palestras e mesas redondas serão realizadas na Embrapa Agrobiologia. O tema central que permeia toda a programação é: “A flora fluminense ameaçada: conhecer, restaurar e conservar”.
De acordo com o pesquisador Luiz Fernando Duarte de Moraes, que faz parte da organização do evento, o tema escolhido é um desdobramento da publicação, no ano passado, de um livro sobre a flora brasileira ameaçada de extinção. Coordenado pelo Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o ‘Livro vermelho da flora do Brasil‘ reuniu estudos de pesquisadores de todo o País e traçou um diagnóstico bastante amplo sobre o risco de extinção de espécies no território brasileiro.
Ao propor a discussão dos riscos ambientais regionais em um ambiente acadêmico, a Jornada torna-se uma ferramenta importante para a educação e a conscientização do problema. “As iniciativas para a reversão do quadro alarmante de perda de biodiversidade em nossos ecossistemas se dão a partir da aproximação do meio acadêmico com o poder público, e também pela conscientização dos próprios agentes públicos e da sociedade em geral”, elucida o pesquisador.
Com o intuito de alimentar o debate e levá-lo diretamente a esferas governamentais, foram convidadas para participar do evento instituições como Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu e Prefeitura Municipal de Seropédica.
“Não há uma ferramenta legal ou institucional que garanta que ações de conservação e restauração ganharão escala. Mas, acima de tudo, a educação deve ser vista como o grande agente transformador, formador de uma sociedade com massa crítica”, acrescenta Luiz Fernando.
Para o pesquisador, essa formação crítica é fundamental para que haja avanços na forma como humanidade e meio ambiente convivem. “Somente quando – e se – nos dermos conta de que a grande perda de biodiversidade traz prejuízos à nossa permanência no planeta poderemos avançar. E, se avaliarmos a atuação do homem como mais um elo nas relações interespecíficas, é muito provável que, por modificar de forma muito intensa os habitats, ela acabe, por si só, causando o desaparecimento de muitas espécies”, opina.
Sobre o evento
Promovida pela Sociedade Botânica do Brasil – regional Rio de Janeiro, com organização da UFRRJ, da Embrapa Agrobiologia e também da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a XXXIII Jornada Fluminense de Botânica terá em sua programação palestras, mesas redondas, minicursos, oficinas de extensão e ainda excursões científicas.
As atividades são destinadas a estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais das áreas biológicas, agrárias e ambientais, bem como agentes públicos e demais interessados.
Nas mesas redondas e palestras, profissionais de instituições como UFRRJ, Fundação Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Puc-Rio, Universidade de São Paulo, UERJ e Universidade Estadual do Norte Fluminense, entre outras, abordarão temáticas atuais, como a espécies ameaçadas da flora fluminese e brasileira, história natural, uso do solo e conservação da biodiversidade, reprodução vegetal e filogenia.
Também haverá oito minicursos e excursões (opcionais) para a Reserva Ecológica do Tinguá, em Nova Iguaçu (RJ); para o Parque Nacional de Itatiaia, na Serra da Mantiqueira, entre os estados de Rio de Janeiro e Minas Gerais; e para o Parque Natural Municipal do Curió, em Paracambi (RJ).
Fonte:
Embrapa
Jornada Fluminense de Botânica irá propor discussão sobre riscos ambientais regionais
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