Os maiores volumes de menções foram nas 3 primeiras semanas e caso Marielle também é destaque
O debate, no Brasil, sobre a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro somou, em mais de quatro meses (de 20 de fevereiro a 1º de julho de 2018), 1.930.510 tuítes, 1.349.052 retuítes e teve a participação de 377.945 perfis. Os maiores volumes de menções foram observados nas três primeiras semanas posteriores ao início (15 de fevereiro a 06 de março), com respectivamente 626,5 mil, 444,9 mil e 384,2 mil menções. O debate voltou a se elevar significativamente na semana em que ocorreu a morte da vereadora Marielle Franco (13 a 20 de março), com 205,6 mil menções. Os demais períodos variaram em patamares inferiores a 100 mil menções.
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Os dois núcleos de perfis favoráveis à intervenção somaram 43,1% das contas que interagiram no debate, frente a 36,3% do grupo que manifesta oposição. A soma de apenas quatro grandes núcleos representou percentual superior a 90% do debate — o que indica baixa fragmentação de eixos de interação e forte concentração de atores, agendas e opiniões.
O maior núcleo do grafo, em vermelho (36,29%), é o que comporta o discurso de esquerda e os atores relevantes desse campo, seja na política, seja em outros setores da sociedade civil. Em geral organizado por manifestações de rejeição ao decreto de intervenção, ao presidente Temer e à política de segurança pública do Brasil, o núcleo tem sobretudo, entre os tuítes de maior compartilhamento, muitas críticas ao uso de militares em funções policiais e à desigualdade entre o impacto de operações de segurança para jovens pobres e negros nas favelas, sob uma leitura abrangente da intervenção federal no contexto dos problemas do Brasil com a violência.
O assassinato da vereadora Marielle Franco também obteve expressivo impacto no debate do grupo, em especial a partir de interações com perfis da imprensa e de autoridades. Como, até o momento, ainda não houve solução para o crime, foi constante desde março o questionamento de perfis desse núcleo em relação à falta de resultados dos militares no Rio — a investigação sobre Marielle foi um dos poucos temas que se mantiveram na discussão do Twitter sobre a intervenção, mesmo com a queda no debate geral notada desde maio, principalmente.
Já os perfis favoráveis à iniciativa do governo federal, em vez de unificados a partir de um único núcleo, dividiram-se em dois subgrupos com número parecido de engajamentos. O maior (em laranja) reuniu 23,42% dos perfis; o menor, em azul, 19,68%. Ambos declaram endosso ao aumento de ações de policiamento ostensivo, expressam oposição à “política de direitos humanos”, conforme mobilizada por atores à esquerda, e veem as instituições de segurança, tanto as forças policiais quanto os militares, sob olhar positivo em relação aos valores que projetam e incorporam institucionalmente.
No grupo em azul, o debate adquire contorno mais político e vinculado à figura do Exército, com generais e atores importantes de setores militares exercendo muito impacto nas discussões, para além de políticos com forte atuação em agendas de segurança pública.
Por fim, em rosa, com 13,49% dos perfis, a discussão sobre a intervenção federal adquire contorno mais irônico, modulado por piadas direcionadas principalmente a figuras dos governos federal e estadual, mas também às Forças Armadas e a políticos (de ambos os polos). Nesse grupo, há tanto perfis favoráveis à intervenção quanto contrários e muitos que não expressam opinião específica sobre o lado que defendem, mas ironizam a noção de “normalidade”, no Rio, dos casos de violência e da presença de forças de segurança — com soldados armados e tanques — espalhados pela cidade.
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