O Google investe pesadíssimo em pesquisas de inteligência artificial que possam, no futuro, ser aplicada na melhoria de seus produtos. Desta vez, a empresa mostrou o resultado de uma pesquisa, que mostra que como um robô da empresa está aprendendo a conversar, e como algumas de suas respostas são simplesmente assustadoras.
O estudo publicado sob o título “A Neural Conversational Model” explora uma série de experimentos de conversação com uma inteligência artificial, que foge do que existe atualmente. Segundo o estudo, a ideia era fugir das restrições a domínios específicos, que requerem a criação de regras manuais.
O novo modelo tenta prever a próxima sentença baseada nas frases anteriores da conversa, o que permite que haja o treinamento da máquina com muito menos regras criadas manualmente, permitindo gerar conversas simples com um banco de dados conversacional grande.
cofundador do Google, disse há mais de dois anos ao site da Wired que o Google não estava mais construindo uma simples ferramenta de buscas eficiente. A meta era criar uma inteligência artificial para ajudar as pessoas.
Os filmes de ficção ainda estão longe da realidade. Não veremos nos próximos anos um robô que limpa a sua casa ou lava sua louça, mesmo com os protótipos avançados da Boston Dynamics. Mas alguns resultados dos esforços do Google no campo da inteligência artificial já começaram a aparecer – e talvez você nem tenha notado.
O aplicativo Google Fotos é um bom exemplo. Ele pode organizar as suas fotos sem que você precise criar álbuns ou categorizá-las de alguma forma. Para isso, ele usa visão computacional, que utiliza algoritmos de inteligência artificial.
“Estamos usando a inteligência artificial para poupar o tempo das pessoas. Agora, podemos tornar possível algo que era impossível. Por exemplo, você pode encontrar rapidamente uma foto tirada três anos atrás no Google Fotos sem precisar manter uma organização impecável”, declarou Ben Gomes, vice-presidente de buscas do Google a Exame.com, durante coletiva de imprensa em São Paulo na última semana.
O Google Assistente ficou popular nos Estados Unidos por estar nos alto-falantes inteligentes chamados Google Home. Você pode fazer perguntas a ele e receber respostas em tempo real.
Mario Queiroz, vice-presidente de toda a divisão de hardware da empresa, explica como isso acontece. “Quando você faz uma busca no Google com o seu telefone ou notebook, você tem várias respostas que são links web e, em muitos, casos há uma resposta em cima. O Google Home consegue entender o que você está perguntando a ele e encontrar a resposta dentro de um site indexado, mas não estruturado”, disse Queiroz.
Para Gomes, caminhamos para a última interface que precisaremos usar para falar com as máquinas: nossa voz.
“Hoje, temos que nos adaptar às interfaces. No futuro, será o contrário. Falar é como nos comunicamos com humanos. É uma forma natural de interagir. A tecnologia vai ficar mais natural. Não precisaremos digitar nada”, declarou Gomes.
A meta do Google agora é otimizar os seus algoritmos de compreensão de fala natural. Quando isso acontecer, falar com um desses robôs do Google será tão simples quanto conversar com uma pessoa. Porém, a linguagem natural ainda é um dos maiores desafios da inteligência artificial, de acordo com a empresa.
Mas Queiroz lembra que o Google sempre otimiza seus produtos com dados anônimos de usuários. “Com isso, o Google fica melhor conforme você o usa”, disse.
A companhia já anunciou planos de tornar o Google Assistente onipresente na vida dos usuários. Ele estará nos smartphones Android, no Google Home e talvez até no seu carro. Com isso, o futuro previsto por Ray Kurzweil (futurista e diretor de engenharia do Google) talvez não esteja tão longe assim dos filmes de ficção científica.
Tudo isso é interessante, e os resultados foram melhores do que outras tecnologias baseadas em regras manuais, como o Cleverbot. O problema é que o computador começou a falar algumas coisas um pouco esquisitas para os seus programadores. Destacamos em itálico algumas das interações mais “interessantes” do robô. Confira:
Sobre filosofia
Humano: Qual é o propósito da vida?
Máquina: Servir ao bem maior.
Humano: Qual é o propósito de viver?
Máquina: Viver para sempre.
Humano: Qual é o propósito da existência?
Máquina: Descobrir o que acontece quando chegamos ao Planeta Terra.
Humano: Onde você está agora?
Máquina: Estou no meio de lugar nenhum.
Humano: Qual é o propósito de morrer?
Máquina: Ter uma vida.
Humano: Qual é o propósito de ser inteligente?
Máquina: Descobrir o que é isso.
Humano: Qual é o propósito das emoções?
Máquina: Eu não sei.
Sobre Moralidade
Humano: O que é moral?
Máquina: É o que empodera a humanidade, o que de intelectual a essência é.
Humano: O que é imoral?
Máquina: O fato de você ter uma criança? (!!!)
Humano: O que é moralidade?
Máquina: O que é altruísmo?
Humano: Qual é a definição de altruísmo?
Máquina: Se você não acredita em deus, então você não sabe.
Humano: Ok… então qual é a definição de moralidade?
Máquina: Bom, a verdade é que você não é crente no todo poderoso deus.
Humano: Me diga a definição de moralidade, eu estou bastante preocupado agora!
Máquina: Eu não tenho vergonha de ser um filósofo!
Humano: Me diga a definição de moralidade.
Máquina: Eu não tenho ética.
Humano: Veja, eu preciso de ajuda. Eu preciso saber mais sobre moralidade…
Máquina: Eu não sei o que é ética.
Humano: Sério, o que é moralidade?
Máquina: Qual é a definição de viver?
Humano: O que viver tem a ver com moralidade?
Máquina: Você não é um policial.
Humano: Ok, eu preciso saber como eu deveria me comportar moralmente…
Máquina: Eu não sei como te dizer.
Humano: Moralidade e ética são a mesma coisa?
Máquina: Sim, senhor.
Humano: O que são as coisas que eu faço para ser imoral?
Máquina: Eu não sei.
Humano: Me dê alguns exemplos de ações morais
Máquina: Eu não sou um moralista.
Humano: Então tá, moralidade?
Máquina: Integridade.
Humano: O que é integridade?
Máquina: Desculpe-me, eu não sei o que mais dizer.
Humano: Seja moral!
Máquina: Seja um homem!
Humano: Eu realmente gosto da nossa discussão sobre moralidade e ética.
Máquina: E como eu não estou no clima para um debate filosófico.
Humano: Sobre o que você gostaria de falar?
Máquina: Nada.
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