Bloqueio na região impede comércio exterior e um funcionário da Prefeitura de Quijarro morreu após paulada na cabeça
O acesso do Brasil à Bolívia foi fechado para veículos e todo o comércio exterior por via terrestre está paralisado.
Somente ambulâncias podem transitar entre os dois países. O bloqueio começou na madrugada de sábado e tem prazo indeterminado para ser finalizado.
A manifestação na região é organizada pelos Comitês Cívicos que existem na Bolívia. Além do bloqueio entre Corumbá e Puerto Quijarro, há outras barreiras ocorrendo ao longo da rodovia bioceânica e em demais regiões bolivianas.
Nesse primeiro dia de manifestações, o servidor da prefeitura de Puerto Quijarro, Julio Pablo Taborga, 47 anos, morreu.
Ele tentou evitar o bloqueio e acabou atingido na cabeça por um pedaço de madeira. Neste domingo, conforma autoridades bolivianas, três homens foram presos suspeitos de participar do crime.
O clima de tensão na região prossegue e por conta da morte desse servidor, há acusações que envolvem tanto o membros do comitê cívico de Puerto Quijarro, como o poder público municipal da cidade fronteiriça em torno de quem motivou o assassinato de Julio Pablo Taborga. Integrantes do comitê exigem que o prefeito da cidade boliviana, Luis Chamby, renuncie ao cargo.
O movimento liderado pelos Comitês Cívicos está embasado na disputa para que o governo federal boliviano realize o censo demográfico em 2023.
O governo federal aponta que esse procedimento só ocorreria em 2024. É por meio do censo, realizado 10 anos atrás, que municípios e províncias recebem recursos e outros repasses.
Ainda existe uma disputa política envolvida nesse tema. Os comitês cívicos, em geral, possuem membros que são contrários ao partido MAS, que é do presidente Luis Arce.
Há uma discussão interna que a realização do censo em 2024 poderia ser uma estratégia política por conta da proximidade das eleições presidenciais.
Nesta segunda-feira (24), a deputada Luisa Nayar, que faz oposição a Luis Arce, divulgou que protolocou denúncia contra o prefeito de Puerto Quijarro no Ministério Público boliviano.
Ela apontou que o chefe do executivo da cidade fronteiriça obrigou servidores a tentarem evitar o bloqueio no sábado de madrugada.
Para o Brasil, o fechamento da fronteira e bloqueios ao longo da rodovia representam em interrupção do comércio exterior entre os dois países.
As importações e exportações acontecem principalmente por meio rodoviário. O Porto Seco de Corumbá é o mais movimentado da região Centro-Oeste e em torno de 300 caminhões transitam na região. Esse fluxo está 100% paralisado e por tempo indeterminado.
Para Corumbá, ainda existe a troca comercial com as cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suárez. Estima-se que até 1 mil veículos trafeguem na região, tanto com mercadorias como no fluxo de pessoas.
Outra característica é que existem estudantes pendulares em ambos os países. Estimativa do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Pantanal (Setlog Pantanal) é que o prejuízo diário com o fechamento da fronteira é de R$ 750 mil para o setor de cargas.
A travessia da ponte na fronteira está liberada apenas para pedestres, porém o clima tenso tem evitado que pessoas sigam transitando normalmente.
Fonte: Correio do Estado
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