FIRJAN: mais integração para reduzir burocracia
30 de janeiro de 2014

Onze estados brasileiros ainda não têm nenhum município com sistema de integração entre as entidades envolvidas nos procedimentos que fazem parte do dia-a-dia dos empresários, como obter e renovar licenças para o funcionamento do negócio. É o caso do Acre, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima, Sergipe e Tocantins. O resultado faz parte do estudo do Sistema FIRJAN“Melhorando o ambiente de negócios no Brasil: ações para reduzir a burocracia”, que avaliou a qualidade e a transparência dos serviços prestados por órgãos públicos do país para as principais situações relacionadas ao cotidiano dos empreendedores brasileiros: abrir empresas, cumprir obrigações tributárias e trabalhistas, importar e exportar.

Clique aqui e acesse o estudo na íntegra.

Nos principais centros econômicos do país, o excesso de burocracia também afeta a competitividade das empresas. A ausência de integração é um problema para 621 das 645 cidades paulistas e para 761 dos 853 municípios mineiros. No Rio de Janeiro, a integração é parcial em 53 das 92 cidades do estado: é possível abrir o negócio pelo sistema, mas o empresário não consegue obter pelo mesmo programa o alvará do Corpo de Bombeiros nem licenças ambientais ou sanitárias, imprescindíveis para o funcionamento da empresa.

“É preciso reconhecer e elogiar os avanços, mas é fundamental identificar a necessidade de melhorias que persiste. Este mapeamento nos ajuda a entender as dificuldades ainda encontradas pela falta de informações e de recursos para acompanhamento dos processos burocráticos”, diz o presidente da FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, durante seminário sobre desburocratização, que aconteceu nesta terça-feira, na FIRJAN.

De 283 órgãos federais, estaduais e municipais avaliados no estado do Rio, em apenas oito há sistemas para acompanhamento de processos relacionados a abertura de empresas, sendo que apenas a Junta Comercial informa um detalhe fundamental: o prazo em que o serviço será finalizado. Em nenhuma das prefeituras do Rio há sistema para acompanhar processos relativos às secretarias de Obras, órgãos que emitem o alvará de funcionamento de qualquer estabelecimento. No caso das secretarias de Vigilância Sanitária e Meio Ambiente, o serviço é disponível apenas na capital.

Julia Nicolau. Foto Antonio Batalha
Para a especialista em Competitividade Industrial e Investimentos da FIRJAN, Julia Nicolau Butter, transparência e integração são a melhor alternativa à burocracia. na foto da esquerda para direita o Secretario de Planejamento Wilson Beserra

 

A dificuldade é grande até para conseguir informações básicas sobre que serviços são prestados por cada entidade pública e em que prazos. No estado do Rio, em 373 órgãos estaduais e municipais, apenas quatro apresentam a Carta de Serviços. De sete órgãos federais, Receita Federal, Procuradoria Geral da Fazenda, ANVISA, INSS, IBAMA, Caixa Econômica Federal e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os três últimos não oferecem, mesmo sendo lei.

“O levantamento identificou que os instrumentos criados pelo governo na última década para a redução da burocracia no Brasil não foram implementados corretamente pelas entidades públicas, mesmo que respaldados por dispositivos legais. A transparência e a integração representam a melhor alternativa para dinamizar processos e reduzir a burocracia no ambiente de negócios do país”, diz a especialista em Competitividade Industrial e Investimentos da FIRJAN, Julia Nicolau Butter.

Saiba mais:

Estudo “Melhorando o ambiente de negócios no Brasil: ações para reduzir a burocracia”.

 

Área de comentários

Deixe a sua opinião sobre o post

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comentário:

Nome:
E-mail:
Site: