Tecnologia usada nesses setores cria novas oportunidades de trabalho.
Especialista em tecnologia tira dúvidas sobre o tema.
A tecnologia de alta complexidade criada pelos cientistas brasileiros está abrindo novas frentes de trabalho em duas áreas promissoras: exploração do pré-sal e produção de navios.
Atualmente, o pré-sal produz 300 mil barris por dia e a previsão é chegar a 2,1 milhões em 2020. A produção de óleo e gás já movimenta cerca de 420 mil empregos e deve chegar aos 2,5 milhões até 2020, segundo levantamento da Organização Nacional das Indústrias de Petróleo.
Só a Petrobrás deve contratar 17 mil pessoas nos próximos dois anos. A previsão é fazer dois concursos por ano para preencher cargos de nível médio, técnico e superior. As principais vagas são para engenheiros de petróleo, de equipamento, de processamento, geólogos, geofísicos, técnicos de manutenção, de estabilidade, de perfuração de poços, químicos, caldeireiros, desenhistas de tubulação, instrumentistas de sistemas.
“Tem uma demanda de embarcações, de portos, aeroportos, de logística muito grande. Os projetos que vão entrar em produção demandando instalações de produção e atividades de perfuração são crescentes, uma coisa exponencialmente grande em todos os níveis”, explica Felipe Rego, gerente de engenharia de poço e produção.
O pré-sal também trouxe crescimento para uma outra indústria: a náutica. Um estaleiro no Rio de Janeiro, por exemplo, dobrou o número de funcionários para dar conta do aumento de pedidos nos últimos anos.
Os estaleiros empregam 62 mil trabalhadores diretos e devem gerar 40 mil vagas nos próximos três anos para soldador, montador mecânico, encanador e operador de equipamentos. “Você tem desde o operário do nível mais básico até o pós-graduado. Nós temos toda a área toda de engenharia e a ênfase grande é no nível médio técnico, que é a pessoa que além de ter a formação na escola tem que ter um tempo grande de treinamento, porque um soldador qualificado, um inspetor, um montador têm que ter uma expriência grande”, diz Alberto Machado Neto, coordenador do MBA de Petróleo e Gás da Fundação Getúlio Vargas.
Em algumas regiões as vagas já estão surgindo, como em Itaguaí, no Rio de Janeiro, onde vai ficar o estaleiro da marinha e onde serão fabricados os cinco submarinos brasileiros, inclusive o de tecnologia nuclear. “Só nessa primeira fase são oito mil empregos diretos e cerca de 32 mil indiretos”, garante Gilberto Hirschfeld, coordenador geral de desenvolvimento do Programa de Submarino de Propulsão Nuclear.
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