Expedição encontra tesouros de naufrágio ocorrido há 350 anos nas Bahamas
31 de julho de 2022

Joias, anéis, colares e pedras preciosas estão entre objetos descobertos entre destroços da embarcação

No dia 4 de janeiro de 1656, a embarcação Nuestra Señora de las Maravillas desapareceu, causando curiosidade e tentativas de resgate ao longo dos últimos 350 anos. Demorou, mas aconteceu: com novas tecnologias e ciência, uma expedição guiada pelo filantropo e explorador Carl Allen encontrou diversos tesouros do antigo navio.

Em uma viagem de Havana para sua terra natal, Espanha, a tripulação teve que passar pelo Velho Canal das Bahamas, um atalho que todos os navios viajando entre a Europa e as Américas tinha que tomar na época. Nessa passagem, o Maravillas colidiu com o principal navio de sua frota, caindo em um recife. Cheia de importantes itens reais e privados, a embarcação afundou no oceano, a 70km do continente. Entre 45 e 650 pessoas da tripulação sobreviveram — muitas foram comidas por tubarões. 

Adapt Link Internet - Black Friday
Imagem mostra como foi o navio Nuestra Señora de las Maravillas em seu auge (Foto: Allen Exploration)
Imagem mostra como foi o navio Nuestra Señora de las Maravillas em seu auge (Foto: Allen Exploration)

As cargas do Nuestra Señora de las Maravillas foram encontradas recentemente, em uma trilha de destroços de mais de 13km. Uma expedição da empresa Allen Exploration, que contou com arqueólogos marinhos e mergulhadores das Bahamas e dos Estados Unidos, recebeu a permissão do governo local para explorar a embarcação cientificamente e trazer as descobertas para terra firme, para serem expostas em um novo museu. 

Tesouros do Maravillas

A equipe encontrou verdadeiros tesouros nessa busca, o que a faz acreditar que esses achados estavam destinados a aristocratas ou à própria monarquia. Há ainda a teoria de que alguns dos objetos fizeram parte da sagrada Ordem de Santiago, uma ordem militar e religiosa de cavaleiros que protegia peregrinos e era ativa no comércio marítimo da Espanha. Uma corrente dourada de filigrana com detalhes de rosetas e um pingente com a cruz de Santiago, bem como uma pedra bezoar no formato de uma concha de vieira, símbolo reconhecido pelos peregrinos a caminho de Santigo de Compostela, seriam alguns desses objetos.

 

Corrente de ouro de filigrana descoberta entre os achados da expedição (Foto: Nathaniel Harrington/Allen Exploration)

Corrente de ouro de filigrana descoberta entre os achados da expedição (Foto: Nathaniel Harrington/Allen Exploration)

Outros achados incluem um pingente com uma cruz dourada de Santiago Maior em uma esmeralda oval emoldurada por uma dúzia de outras esmeraldas quadradas, talvez simbolizando os 12 apóstolos; anéis de ferro; alfinetes de cordame; potes de azeitona; pratos chineses e mexicanos. Além disso, alguns itens pessoais, como o cabo da espada de prata de um soldado e um anel de pérola.

Pingente dourado com esmeralda, possivelmente da Ordem de Santiago (Foto: Nathaniel Harrington/Allen Exploration)
Pingente dourado com esmeralda, possivelmente da Ordem de Santiago (Foto: Nathaniel Harrington/Allen Exploration)

“Quando trouxemos o pingente dourado com a esmeralda oval, minha respiração ficou presa na minha garganta”, disse o explorador Carl Allen em entrevista ao jornal The Guardian. “Eu sinto uma conexão maior com achados rotineiros do que moedas e joias, mas esses objetos de Santiago fazem a ponte entre dois mundos. O pingente me hipnotiza toda vez em que o seguro e penso sobre sua história. Como esses pequenos pingentes sobreviveram nessas águas severas, e como conseguimos encontrá-los, é um milagre do Maravillas.”

Os tesouros do Maravillas serão expostos no Museu Marítimo das Bahamas, na cidade de Freeport, a partir de 8 de agosto.

Fonte: Revista Galileu

 

Área de comentários

Deixe a sua opinião sobre o post

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comentário:

Nome:
E-mail:
Site: