Uma programação intensa e específica sobre controle biológico marcou a visita ao Brasil de cerca de 15 estudantes do Programa de Mestrado em Agricultura Sustentável (MAS) da Escuela Politecnica de la Universidad de las Fuerzas Armadas (ESPE), do Equador. Entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, eles estiveram na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas/MG, na Universidade Federal de Lavras (UFLA) – também em Minas Gerais – e na Embrapa Agrobiologia, em Seropédica/RJ. O workshop, intituladoControle Biológico na Agricultura abordou o tema-chave de um dos módulos do mestrado.
De acordo com o coordenador do curso, Emilio Rodrigo Basantes, a intenção da visita foi estreitar o relacionamento com as instituições de pesquisa brasileiras e aprimorar o conhecimento técnico dos estudantes em uma área em que o País mostra avanços significativos de conhecimento. “O Brasil é o país que está mais organizado na América Latina no quesito agricultura sustentável e procuramos integração com instituições de ponta. Nossa tecnologia necessita do apoio na parte acadêmica e de pesquisa e aqui há muitos laboratórios e experiência”, destaca. “Queremos aproveitar isso e temos a intenção de trabalhar em intercâmbio, inclusive com a ida de pesquisadores brasileiros para nossa instituição”, completa.
Segundo Basantes, o número de agricultores equatorianos que conhece e pratica uma agricultura sustentável e, mais especificamente, o controle biológico ainda é reduzido. “Queremos ampliar isso e levar para culturas como cana-de-açúcar, maiz, feijão, rosas, banana, abacaxi, cacau, entre outras”, relata. Daí a importância da imersão dos estudantes no tema, a partir de abordagens diferenciadas feitas por professores e pesquisadores especializados.
Programação – A visita à Fazendinha Agroecológica Km 47, em Seropédica/RJ, na última sexta-feira, 3 de outubro, fechou a programação do workshop, revelando aos equatorianos a integração entre agroecologia, biodiversidade e controle biológico. Antes disso, eles puderam conferir, na Embrapa Milho e Sorgo, palestras e oficinas práticas sobre o uso aplicado de agentes de controle biológico e parasitoides, métodos de produção massal e controle de qualidade de inimigos naturais, além de temas como interação entre o controle biológico e plantas transgênicas, indução de resistência como estratégia de controle de pragas, vírus, bactérias e fungos entomopatogênicos.
Já na UFLA, a programação girou em torno de apresentações sobre nematoides entomopatogênicos no controle de pragas, ecologia química e uso de semioquímicos na agricultura. Também foram promovidas palestras sobre ecologia da predação e uso de entomófagos para o controle de pragas e sobre insetos e patógenos como agentes de controle biológico de doenças.
A capacitação foi organizada pela Embrapa, em parceria com a UFLA e a ESPE, e também contou com a participação de professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). De acordo com a pesquisadora da Embrapa Agrobiologia Alessandra de Carvalho, que acompanhou a caravana durante toda a semana, a experiência foi bastante positiva. “Fiquei simplesmente encantada com o interesse deles, mesmo diante de uma programação tão intensa. E todos já têm bastante conhecimento em agricultura sustentável, o que foi muito produtivo para o workshop”, aponta.
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