Encontro de Donald Trump e Kim Jong-un será no dia 12 de junho em Cingapura
10 de maio de 2018

‘Vamos tentar fazer um momento muito especial para a paz mundial’, anuncia Trump.

Combinação de fotos mostra o presidente dos EUA Donald Trump e o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-Un (Foto: Nicholas Kamm/AFP; KCNA via KNS)

O encontro histórico entre o presidente americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un será no dia 12 de junho em Cingapura, anunciou Trump nesta quinta-feira (10) pelo Twitter. Este será o primeiro encontro de líderes em exercício dos dois países.

“O tão aguardado encontro entre mim e Kim Jong-un será realizado em Cingapura no dia 12 de junho. Nós dois vamos tentar fazer um momento muito especial para a paz mundial”, disse Trump em seu tuíte.


O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, esteve na Coreia do Norte nesta quarta para preparar as bases do encontro sem precedentes entre Trump e Kim que discutirá o tema nuclear. Pompeo chegou aos EUA na madrugada desta quinta acompanhado por três americanos que tinham sido detidos pelo regime de Pyongyang.

Donald Trump e Melania recepcionaram Tony Kim, Kim Hak-song e Kim Dong-chul na porta do avião (Foto: Susan Walsh / AP Photo)

Esforços para reatar os laços

Os EUA, aliados da Coreia do Sul, aceitaram se reunir com a Coreia do Norte depois de anos de tensões e sanções cada vez mais rigorosas sobre os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte. Trump, que repetidamente ameaçou atacar a Coreia do Norte, agora parece privilegiar a diplomacia.

Em abril, Jong-un se reuniu com o presidente sul-coreano Moon Jae-in. Os dois se comprometeram a assinar um acordo de paz para acabar com a guerra entre os países ainda neste ano. A Guerra da Coreia foi interrompida por um cessar-fogo em 1953, mas tecnicamente ainda não terminou porque as partes nunca assinaram um tratado de paz.

Durante encontro histórico em abril, o líder norte-coreano Kim Jong-un convidou o presidente sul-coreano Moon Jae-in a cruzar a fronteira para a Coreia do Norte com ele (Foto: Korea Summit Press Pool/AFP)

Nesta terça, Kim encontrou-se com o presidente chinês Xi Jinping na China – pela segunda vez em seis semanas – destacando os esforços dos aliados da época da Guerra Fria para reatar os laços desgastados.

A China é o mais importante apoio econômico e diplomático da Coreia do Norte, apesar de sua rejeição aos testes nucleares e de mísseis frequentes de Pyongyang e de seu apoio a sanções contundentes da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o regime.

Pequim faz questão de evitar ser deixado de fora nas manobras diplomáticas que levaram ao encontro histórico de Kim, no mês passado, com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e de seu esperado encontro com Trump.

Mapa mostra onde será reunião de Kim e Trump (Foto: Infográfico: Juliane Monteiro/G1)

Por que este encontro é tão importante e chama tanta atenção da comunidade internacional?

Durante toda a Guerra Fria e mesmo depois dela, nunca um dos presidentes dos EUA se encontrou pessoalmente com um mandatário norte-coreano, o que dá um ineditismo histórico à reunião, ainda que ela não traga muitos resultados efetivos.

Em 2017, a Coreia do Norte testou sua arma nuclear mais poderosa e lançou três misseis balísticos intercontinentais que seriam, supostamente, capazes de alcançar o continente americano.

O anúncio também é surpreendente no sentido de que, desde a chegada de Trump à presidência, a relação entre os dois países se degradou e a retórica de ataque mútuo aumentou muito. 

De acordo com o “Washington Post”, o ex-presidente Jimmy Carter se encontrou com Kim Il Sung, avô de Kim Jong-un, e o ex-presidente Bill Clinton se encontrou com o pai do atual líder, Kim Jong Il. Ambos os encontros, no entanto, aconteceram quando os americanos já haviam deixado o cargo, e viajaram a Pyongyang para buscar americanos que haviam sido presos pelo regime.