Reitor do UNIEURO conhece o Banco Genético e laboratórios da Embrapa
Objetivo da visita é formalizar parceria para a criação de programa conjunto de pesquisa
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia recebeu nesta quinta-feira (17/03), das 15h às 17h, a visita do Reitor do Centro Universitário UNIEURO em Brasília, professor Edson Luiz Zangrando Figueira. Ele veio acompanhado do Pró-reitor Acadêmico, Arlindo A. de Castro Filho, e dos professores Osmundo Brilhante e Érico Rosas. O objetivo foi conhecer o Banco Genético e a estrutura de laboratórios, com vistas à criação de um programa conjunto de pesquisa. O grupo foi recebido pelo Chefe-geral da Unidade, José Manuel Cabral, e pela Chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia, Isabela Barbirato.
A visita teve início no Banco Genético da Embrapa, que guarda coleções de sementes a médio e longo prazo. Inaugurado em abril de 2014, a estrutura conta com mais de dois mil metros quadrados e reúne em um só lugar as pesquisas para conservação e uso sustentável de plantas, animais e microrganismos. O grupo visitou as câmaras frias para conservação de sementes a longo prazo, onde o material fica armazenado a 20ºC abaixo de zero e pode permanecer por até 100 anos mantendo-se viável para o plantio (com 85% de chance de germinação).
O pesquisador Juliano Pádua explicou que o banco conta com mais de 120 mil amostras de cerca de 700 espécies conservadas e é considerado o maior banco genético do Brasil e da América Latina. Também foram apresentados os criobancos, onde o material genético de plantas, animais e microrganismos é conservado em nitrogênio líquido a -196º. Neste caso, os materiais permanecem viáveis por muitos e muitos anos.
Em seguida, o grupo do UNIEURO visitou o Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas (LBE), coordenado pela pesquisadora Rose Monnerat. No laboratório, foram apresentadas as pesquisas desenvolvidas pela Unidade para o controle do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, que também transmite febre amarela, zika e chikungunya. Em parceria com o setor privado, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desenvolveu dois bioinseticidas para controlar o mosquito: o Bt-horus, em 2005 – com a Bthek Biotecnologia, hoje União Química – e este ano o Inova-Bti, com o apoio do Instituto Matogrossense do Algodão (IMA-mt). O primeiro já está no mercado e o segundo está em fase final de testes para ser registrado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ambos os produtos foram formulados a partir da mesma bactéria, Bacillus thuringiensis israelensis, utilizada em programas de controle biológico, em diversos países, há mais de 40 anos. Por esse motivo, produtos feitos à base dessa bactéria são recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), podendo inclusive ser aplicados na água utilizada no consumo humano. Vale destacar que o LBE é o único da Embrapa acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) para a realização de ensaios biológicos. Isso dá ao laboratório credibilidade para prestar serviço a empresas públicas e privadas do Brasil e do exterior.
Reitor já foi aluno de pós-doc na Unidade
O terceiro local visitado já era conhecido do Reitor Edson Zangrando e dos professores Osmundo e Érico: o Laboratório de Interação Molecular Planta-Praga (LIMPP). Com a orientação da pesquisadora Maria Fátima Grossi de Sá, Edson e Osmundo foram bolsistas de pós-doutorado no laboratório até 2005 e 2009, respectivamente, e Érico é, atualmente, pesquisador pós-doc nesse laboratório.
Os visitantes foram recebidos pela pesquisadora Maria Cristina Mattar, que explicou como são importantes para a pesquisa os programas conjuntos de pesquisa e a parceria entre a Embrapa e as instituições de ensino superior. Segundo Mattar, atualmente o LIMPP conta com oito estudantes de pós-doc, 12 de doutorado, 4 de mestrado e seis de iniciação científica. “Acreditamos que é muito importante para o estudante ser treinado e vivenciar o ambiente profissional, pois é nessa experiência que ele identifica o rumo que dará à carreira. O Prof. Edson foi um grande colaborador nos nossos projetos. Temos muito orgulho de saber que um ex pós-doc nosso é hoje reitor de um grande centro universitário”, disse Maria Cristina.
A visita foi finalizada no Memorial da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O espaço foi inaugurado em novembro do ano passado e conta a história da Unidade desde 1974, ano em que foi inaugurada. Por meio da visualização de uma linha do tempo, os visitantes puderam conhecer parte da história da pesquisa agropecuária brasileira desenvolvida ao longo de mais de quatro décadas. O Memorial conta com documentos, equipamentos e instrumentos utilizados nas pesquisas desenvolvidas na Unidade. Muitos desses objetos foram criados ou adaptados pelos próprios pesquisadores e técnicos em função das necessidades de cada época.
Irene Santana (MTb 11.354/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
irene.santana@embrapa.br
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