Eleito em 2014, governador integrou gestão de Rosinha Garotinho e Sérgio Cabral
Rio – Luiz Fernando Pezão se tornou, nesta quinta-feira, o quarto governador do Rio de Janeiro a ser preso pela Polícia Federal (PF) nos últimos dois anos. Investigações apontam o recebimento de mais de R$ 25 milhões em propina entre os anos de 2007 e 2014, período em que foi período em que foi secretário de Obras e vice-governador de Sérgio Cabral. No comando do estado, seu mandato foi marcado pela falta de pagamento do salário dos servidores públicos e o pedido de recuperação fiscal.
Nascido no município de Piraí, no Sul Fluminense, Pezão, de 63 anos, formou-se em Economia e Administração de Empresas pela Universidade Estácio de Sá na Cidade do Rio de Janeiro e entrou para a carreira política em 1982, quando elegeu-se vereador para a Câmara Municipal de Barra do Piraí. Em 1996, tornou-se prefeito do município, tendo recebido de 75% dos votos válidos, e se reelegeu em 2000, com o expressivo número de 86% dos votos.
Em 2005, Pezão foi nomeado pela então governadora Rosinha Matheus como subsecretário estadual de Governo e de Coordenação, assumindo a titularidade da pasta quando o então secretário e marido de Rosinha, Anthony Garotinho, decidiu disputar pela segunda vez a Presidência da República.
Integrando a chapa de Sérgio Cabral no eleição para o Governo do estado, foi eleito vice-governador no ano seguinte, quando também exerceu o cargo de secretário de Obras, atuando no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em comunidades da Zona Norte e Sul da cidade, além da construção do Arco Metropolitano. Foi reeleito vice-governador em 2010, desempenhando nos quatro anos seguintes a função de coordenador da Coordenadoria Executiva dos Projetos e Obras de Infraestrutura do estado.
Pezão tomou posse como governador do estado do Rio de Janeiro no dia 4 de abril de 2014, após a renúncia de Sérgio Cabral, visando as eleições de outubro. No mesmo ano, se reelegeu para o cargo com 55,8% dos votos válidos.
Em 2015, passou a ser investigado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no âmbito da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal, após o doleiro Alberto Youssef afirmar que a campanha de Sérgio Cabral para o governo do Rio, em 2010, recebeu R$ 30 milhões de um esquema de corrupção na Petrobras. O dinheiro seria referente ao superfaturamento em obras no Complexo Petroquímico do Rio de janeiro (Comperj).
Em 2017, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) cassou, por 3 votos a 2, a chapa formada por Pezão, e seu vice, Francisco Dornelles, por “abuso de poder econômico e político” na concessão de benefícios financeiros para empresas em troca de doações para a campanha durante as eleições de 2014. Em agostos deste ano, a decisão foi derrubada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando falhas no julgamento.
Com problemas financeiros na gestão, Pezão decretou calamidade financeira do estado em junho de 2016, por meio do Decreto nº 45.692. Posteriormente, em 8 de novembro, foi sancionada a Lei nº 7.483/16. Em 23 de maio de 2017, a Alerj prorrogou a calamidade financeira de dezembro do ano passado a 31 de dezembro deste ano. Em novembro deste ano, enviou à Alerj projeto para estender calamidade financeira até 2023.
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