Chuva e Goiás tentam impedir, mas Cruzeiro vence e festeja o tetra brasileiro
Gols de Ricardo Goulart e Everton Ribeiro no Mineirão sacramentaram a conquista antecipada com duas rodadas de antecedência. Próximos passos: Copa do Brasil e taça no dia 7
Nunca um título do Campeonato Brasileiro se anunciava tão cedo na era dos pontos corridos quanto o do Cruzeiro em 2014. Os comandados por Marcelo Oliveira atingiram a ponta da tabela na sexta rodada, após vencer o Sport por 2 a 0, e não largaram mais. Adversários até esboçaram uma concorrência, mas que não passaram de meras ameaças. São 31 jornadas de forma soberana na primeira colocação, com sete pontos de vantagem para o vice-líder. O quarto nacional da história do clube e o segundo consecutivo, obtido de forma antecipada neste domingo, após a vitória por 2 a 1 sobre o Goiás, no lotado Mineirão, vem de forma incontestável.
Com o triunfo, o Cruzeiro chegou a 76 pontos, atingindo a mesma pontuação da campanha vencedora em 2013 e faltando duas rodadas para o fim do Brasileirão. Não há melhor forma de mostrar: o era já bom pode ficar ainda melhor.
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Após alguns minutos de tensão e de jogo truncado por conta do gramado encharcado do Mineirão, o Cruzeiro selou a vitória sobre o Goiás graças a gols de seus principais jogadores nas duas últimas temporadas: Ricardo Goulart, um dos artilheiros da competição, e Everton Ribeiro, eleito o melhor do Brasileirão de 2013. O goleiro Fábio, que não decide com gols, não pode ser ignorado. Fez defesaças para que a festa pelo bi não fosse adiada por mais uma rodada.
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Agora, a espera do cruzeirense será por outro momento: o de levantar a taça. A CBF fará a cerimônia na última rodada, contra o Fluminense, dia 7 de dezembro, contra o Fluminense. Antes, porém, há um desafio na próxima quarta-feira: reverter a vantagem de 2 a 0 do rival Atlético-MG na decisão da Copa do Brasil.
Padrão várzea
Estádio cuja reforma custou R$ 695 milhões, o Mineirão ganhou padrão Fifa para a Copa do Mundo, mas o gramado tinha mais aspectos de futebol amador. Choveu em Belo Horizonte minutos antes do jogo e durante o primeiro tempo, mas a drenagem não deu conta e transformou uma das faixas laterais numa enorme poça d’água. O Goiás demorou para perceber que, pelo lado direito de seu ataque, trocar passes ou ganhar na velocidade da marcação era algo impraticável.
Foi no lado oposto do campo, com bola rolando melhor mesmo com algumas faixas d’água, que o Cruzeiro achou seu melhor futebol no primeiro tempo, quase marcou com Marcelo Moreno aos sete minutos e abriu o placar, aos 12. Everton Ribeiro viu a passagem do lateral-direito Mayke, que cruzou na cabeça de Ricardo Goulart – ele fez seu 15º gol no Brasileirão, empatando na liderança da artilharia com Henrique, atacante do Palmeiras, que ainda jogaria na rodada.
O gol que fez o Mineirão aumentar em euforia deixou o Cruzeiro menos intenso. O Goiás, enfim, achou as melhores formas de driblar as poças e chegar na área de Fábio. Aos 22, dez minutos após o gol de Goulart, os visitantes empataram com Samuel, em belo chute, aproveitando falha do zagueiro Léo, que não achou nada em sua tentativa de cortar de cabeça o cruzamento de David. Por pouco a virada não veio aos 24, se Erik não tivesse cabeçeado fraco dentro da área.
Com a torcida mais calada, mas ainda com o título antecipado nas mãos por conta dos outros resultados da rodada, o Cruzeiro tentou retomar o controle do jogo, mas teve sua melhor chance apenas aos 43 minutos, em cabeçada de Léo que foi para fora.
Seis minutos sem a taça
O jogo seguiu truncado após a volta do intervalo. O Goiás marcava melhor e reclamou de pênalti aos oito minutos, quando Henrique deu carrinho dentro da área na tentativa de desarmar Samuel e a bola tocou em seu braço esquerdo, mas o árbitro Paulo Godoy Bezerra, que estava próximo do lance, mandou seguir.
Quando o relógio apontava 11 minutos de bola rolando no Mineirão, entrou um novo elemento na briga pelo título antecipado: os outros jogos da rodada. O São Paulo fez 1 a 0 sobre o Santos com Boschilia, e o resultado obrigava o Cruzeiro a vencer para faturar o bi neste domingo. O sistema de som do Mineirão não informou o placar alterado no clássico paulista.
A agonia, porém, durou apenas seis minutos. Aos 17, Willian fez bela jogada pelo lado esquerdo e Everton Ribeiro cabeceou para o gol aberto. A torcida voltou a se empolgar, mesmo com alguns sustos, como o quase gol contra de Bruno Rodrigo, evitado por Fábio aos 21, e uma bola na trave de Thiago Mendes. Aos poucos, o som da torcida no Mineirão ganhava volume. Hora de festejar o tetra brasileiro.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 2 x 1 GOIÁS
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 23 de novembro de 2014, domingo
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Paulo H. Godoy Bezerra (SC)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Nadine Schramm Camara Bastos (SC)
Cartões amarelos: Henrique (Cruzeiro), Tiago Real (Goiás)
Cartão vermelho:
GOLS: CRUZEIRO: Ricardo Goulart, aos 12 minutos do primeiro tempo, e Everton Ribeiro, aos 17 do segundo tempo; GOIÁS: Samuel, aos 22 do primeiro tempo.
CRUZEIRO: Fábio, Mayke (Eurico), Léo, Bruno Rodrigo e Egídio; Henrique, Lucas Silva (Nilton), Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian e Marcelo Moreno (Júlio Baptista)
Técnico: Marcelo Oliveira
GOIÁS: Renan, Tiago Real, Jackson, Pedro Henrique e Felipe Saturnino (Lima); Amaral, David (Wellington Júnior), Thiago Mendes e Ramon (Esquerdinha); Erik e Samuel
Técnico: Ricardo Drubscky
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