Crise hídrica muda paisagens de Muitos Municípios, inclusive de Seropédica
25 de outubro de 2015
RJTV acompanhou a rotina de moradores que sofrem com falta d’água.
Governo discute construção de barragem para aumentar produção de água.

Faltando cerca de dois meses para o início do verão a paisagem seca domina vários municípios do Rio de Janeiro, conforme mostrou o RJTV nesta quinta-feira (22). Moradores de Xérem, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, enfrentam dificuldades com uma das represas que está sem água. Em Seropédica, também na Baixada, um rio desapareceu da paisagem. No norte do estado, o município de Cardoso Moreira, também está com as lagoas secas. Moradores estão desolados com a falta de água para tomar banho e até mesmo para fazer comida. Alguns declararam que tiveram que mudar de emprego. Segundo especialistas, esta é a mais grave crise da história.

A  seca começa a transformar a vida dos moradores. Eles não conseguem nem mesmo encontrar água nos poços artesianos. É preciso ser criativo para conseguir ter água. Segundo o professor Edvar Britto, é preciso trazer água de uma fonte da Cedae na cidade para sobreviver. O feirante Wagner dos Santos diz que teve que mudar de profissão já que não consegue plantar como fazia antes. O problema também está trazendo os animais selvagens para perto das residências.

E a situação não é diferente nos municípios da Região Metropolitana do Rio. O problema da falta de água é grave em São Gonçalo, Niterói, Itaboraí e na Ilha de Paquetá, que são abastecidos pelo sistema Imunana-Laranjal, que vem operando com déficit. O sistema  formado pelos rios Guapiaçu e Macuco, produz 6 mil e 200 litros de água por segundo, mas a demanda é muito maior, 10 mil e 900 litros por segundo.

Moradores reclamam de ter que improvisar para conseguir encher a caixa d’água. Muitos precisam comprar água para abastecer os reservatórios, que subiram de R$ 100 para R$ 250. De acordo com especialistas, a solução seria a construção de uma barragem para aumentar a produção do sistema Imunana-Laranjal. A construção, que ficaria entre os municípios de Guapimirim e Cachoeira de Macacu, a produção aumentaria em até cinco mil litros de água por segundo, o que aliviaria a situação dos dois milhões de moradores que dependem do sistema.

Segundo o Secretário Estadual do Ambiente, André Correa, o recurso para a construção da barragem já está disponível, mas eles enfrentam problemas com a desapropriação do terreno a ser inundado. Por isso, a obra ainda não foi iniciada. Ele diz que os estudos de impacto ambiental estão sendo finalizados até o final de novembro.

“Estas pessoas elas vivem num terreno, num assentamento do Incra, que nem que eu queira indenizá-las eu não posso nem pagá-las, porque a terra não é delas. O recurso a gente tem, hoje o que eu preciso resolver é este imbróglio jurídico de como eu não ser injusto com estas 80 pessoas.  Minha discussão hoje está com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e com o Incra pra resolver esta questão”, afirmou

No interior do estado e na Baixada Fluminense a falta de chuva está deixando as represas secas. Em Xérem, é possível caminhar na área onde havia água.  De acordo com funcionários da Cedae que trabalham na região, o nível caiu 18 metros em um ano.

No município de Cardoso Moreira, o rio Muriaé já atingiu o menor nível da história: 20 centímetros. Quem trabalha com a pesca  lamenta a seca das lagoas. Alguns abandonaram a área rural por causa da falta d’água.

Em Angra dos Reis, a prefeitura proibiu a lavagem de carros e calçadas para evitar o desperdício. Quem desobedecer poderá pagar uma multa que vai de R$ 200 a R$ 3 mil. Também foi implantado na cidade um sistema de rodízio nos bairros para recebimento de água em dias diferentes. Também falta água em Petrópolis, na Região Serrana onde as plantas secaram e o solo está rachado.

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Fonte: http://www.centralizado.com.br/index.php/home/destaques-2/item/371717-

 

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