Contato com água das chuvas, que são típicas do Verão, aumentam riscos de leptospirose
Evitar contato com água de enchentes é a melhor forma de prevenir a doença
Pancadas de chuva são comuns nos meses de Verão devido ao aumento da temperatura característico do período. Porém, o grande volume de água pode provocar alagamentos e transtornos, e a população afetada é exposta a doenças como a leptospirose.
O contato direto com a água da chuva pode representar um risco elevado de contaminação. Nos últimos dias a chuva tem provocado estragos em cidades dos estados da Região Sudeste e em algumas regiões da Bahia, aumentando a probabilidade de alagamentos, deslizamentos de encostas, queda de barreiras e transbordamentos de rios. Por isso, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta para riscos de leptospirose;
Os principais agentes transmissores da doença são os ratos, que por meio da urina eliminam a bactéria causadora da doença, a Leptospira. Portanto, evitar o contato com a água de enxurradas e enchentes é o mais recomendado como medida preventiva, assim como evitar lavar sem proteção adequada quintais, caixas de esgoto e áreas que possam ter sido contaminadas.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, a leptospirose é uma doença de alta incidência no país e em manifestações mais graves a letalidade pode chegar a 40% dos casos. Por isso, de acordo com o Dr. Ivan França, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, evitar o contato com água de enchentes é a melhor forma de prevenção. “Quando essas enchentes acontecem, a urina de ratos existente em esgotos e bueiros mistura-se a água das enxurradas e lama”, explica.
No entanto, se o contato com a água suja de enxurradas for inevitável, o especialista orienta que isso não aconteça sem proteção adequada. Em caso de moradias alagadas pela água da chuva, o infectologista indica medidas necessárias para limpar os ambientes e utensílios. “O indicado é utilizar luvas, botas de borrachas ou outro tipo de proteção, como sacos plásticos duplos, para as pernas e braços.
O que não puder ser recuperado deve ser descartado e a lama que permanecer nos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos deve ser removida com escova, sabão e água limpa. Para a limpeza de ambientes e superfícies deve-se utilizar produtos a base de hipoclorito de sódio (como água sanitária). Os alimentos devem ser descartados, pois mesmo se forem lavados ainda podem estar contaminados”.
Dr. França diz ainda que em casos em que não há a chance de evitar o contato com a água e lama das enchentes, o ideal é permanecer o menor tempo possível no local alagado e evitar que crianças nadem e brinquem nestes ambientes.
Sintomas e tratamento
Os principais sintomas da leptospirose são dores pelo corpo (principalmente nas panturrilhas), febre, icterícia rubínica (coloração amarelada manifestada na pele e nos olhos e por vezes os olhos ficam avermelhados) e dor de cabeça. O período de incubação da doença pode chegar a até 30 dias, mas normalmente os sintomas se manifestam entre sete e 14 dias após a exposição ao risco. O tratamento da leptospirose consiste no uso de antibióticos, por isso o especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz reforça sobre a importância de quem teve contato com água de chuva ficar atento aos sintomas da doença. “A qualquer sinal dos primeiros sintomas é importante que o paciente procure um médico e relate o contato com a enchente, para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível”, afirma.
Se não tratada adequadamente a leptospirose pode causar comprometimento renal, hepático e pulmonar e até mesmo levar a morte.
Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Fundado por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com atuação de referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas, em 2019 a Instituição completou 122 anos. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde -, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 3.900 médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.
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