Briga entre guardas municipais e membros da igreja pentecostal deixou pelo menos 12 feridos em Copacabana. Um está em estado grave.
Discussão entre guardas municipais e um grupo de 40 seguidores da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo terminou com 12 pessoas da congregação feridas, uma delas em estado grave.
A confusão, envolvendo acusação de crime ambiental, aconteceu em frente à 12ª DP (Copacabana) no fim da noite de quarta-feira (25). A Guarda Municipal afirmou que vai apurar o incidente com rigor. A Polícia Civil afirma que houve flagrante de pichação.
O grupo conta que, depois de culto na igreja, no Morro do Pinto, na Zona Portuária do Rio, estava passeando pelo Calçadão da Avenida Atlântica quando, por volta das 23h, agentes da Guarda chegaram acusando-o de pichar muros e monumentos do Parque Garota de Ipanema, no Arpoador. Um deles acabou preso por crime ambiental.
Na manhã desta quinta (26), o G1 registrou imagens de uma pichação no asfalto em frente à estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, na altura do posto 6, em Copacabana (foto acima). De acordo com a assessoria da Guarda Municipal, essas inscrições foram feitas na noite desta quarta.
Grupo é suspeito de outras pichações
Grupo ligado à Igreja Geração Jesus Cristo é suspeito por espalhar inscrições pela cidade avisando de suposta volta do Redentor em 2070. O grupo ainda promove manifestações contra outras religiões e com frequência associa o Islã a estupradores.
Em entrevista ao ‘Bom Dia Rio’, o líder da congregação, pastor Tupirani da Hora Lores, admitiu que membros da igreja fizeram inscrições no fim de semana, mas negou ter deixado mensagens religiosas na noite de quarta-feira, como reitera a Guarda Municipal.
“Existem inscrições antigas lá. De hoje não. O motivo todo se deu em torno de hoje. Essas coisas são bem antigas, e realmente houve uma equipe que passou por lá há uns 15 dias. Essa equipe é da nossa igreja. Mas as inscrições, segundo eu sei, foram inscrições feitas no chão.”
Caos na delegacia
Na porta da delegacia, os membros da Geração Jesus Cristo questionaram a prisão do colega, o que levou ao bate-boca com empurra-empurra. Ainda de acordo com um integrante do grupo, um guarda puxou um spray de pimenta, que usou sem discernimento contra as pessoas, inclusive contra menores de idade.
Já na porta da delegacia, enquanto o grupo esperava do lado de fora, a GM chegou com reforços, e um guarda, conhecido como Bispo, incitou, segundo o grupo, a violência dos outros guardas.
Vídeos gravados pela igreja mostram a confusão. Pelo menos 12 pessoas foram feridas mais gravemente e tiveram que ser levadas para o Hospital Miguel Couto. “Temos 12 pessoas internadas aqui. Quantos guardas municipais deram entrada? Nós é que fomos espancados”, acusou o pastor Tupirani.
Jorge Alves de Souza, de 60 anos, é a vítima que está em estado mais grave: levou uma pancada na cabeça e segue internado. Os demais já tiveram alta.
Guarda Municipal diz que vai apurar com rigor
A Guarda Municipal do Rio explica que agentes revidaram desacato e divulgou nota em que reafirma o flagrante de pichação. “A GM já está apurando a ação em Copacabana envolvendo o Grupamento Especial de Praia e um grupo de evangélicos, que foi flagrado pichando o Parque Garota de Ipanema. Diego Luiz Ribeiro de Figueiredo foi autuado em crime ambiental na 12ª DP. Na delegacia, um grupo de cerca de 40 pessoas questionou a prisão e a ação da Guarda Municipal, e houve confusão. No final de semana, o mesmo grupo já havia sido flagrado com sprays e chegou a fazer uma inscrição na parede. A instituição vai apurar com rigor a postura dos guardas flagrada no vídeo, que não condiz de forma alguma com os preceitos, orientação e os procedimentos operacionais da instituição.”
Em nota, a Polícia Civil confirma que houve lesão corporal. “Um grupo de evangélicos foi flagrado pichando o interior do Parque Garota de Ipanema, momento em que foi abordado pela Guarda Municipal. Para auxiliar na condução da ocorrência, os guardas solicitaram apoio da Polícia Militar, que conduziu todos os envolvidos até a delegacia. Ao chegar na unidade policial, os religiosos entraram em conflito com os guardas municipais presentes, sendo lavrado Termo Circunstanciado de Dano e Lesão Corporal.” O caso será investigado pela 14ªDP (Leblon).
Fonte: G1
Formado em Sistemas de Informação pela FAETERJ, carioca de coração, apaixonado por teologia, tecnologia, matemática, geografia, história e pela sociedade em geral.