Nas últimas duas décadas, o Brasil se transformou no terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo e grande parte do seu crescimento é devido às exigências alimentares da China. Em 2009, a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil, deixando os Estados Unidos em segundo lugar. A exigência de mercadorias como tofu e soja tornou o Brasil o principal fornecedor destes ingredientes populares na culinária chinesa que incluem pelo menos um bilhão e meio de pessoas, o que acabaria por influenciar o crescimento econômico no Brasil de forma positiva.
Com as exportações do Brasil em alta, a injeção monetária no país contribuiu para estabilizar a hiperinflação através da reserva de moedas estrangeiras, juntamente com a criação de milhões de postos de trabalho de modo a corresponder à imposição de produtos agrícola no estrangeiro. O aumento destas exportações viriam a remover muitos brasileiros da baixa faixa econômica ao oferecer mais oportunidades de trabalho que poderiam eventualmente melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro. Com a chegada da crise econômica na China e implementação de políticas econômicas controvérsias por parte do governo brasileiro, o Brasil entrou numa era de recessão política e econômica que colocaria milhões de volta na pobreza e desemprego, mas com a eleição de Jair Bolsonaro para presidente em 2018, existe agora esperança de recuperar o estatuto do Brasil como uma das maiores potências exportadoras do mundo.
Com 100 milhões de feijões de soja a serem produzidos por ano, uma grande parte da bioma de Cerrado foi sacrificada para acolher as grandes plantações necessárias para coincidir com a exigência deste alimento. Desde a década de 70, o Cerrado já perdeu quase metade da sua vegetação para poder dar lugar aos campos de plantação de soja. Por outro lado, a floresta Amazônica, tem observado uma considerável redução no desmatamento, algo que em tempos ameaçava os milhões de espécies de fauna e flora que habitam este local, no entanto, desmatamento na floresta amazônica não é tão influenciado pela exigência de exportação de alimentos populares na cozinha chinesa como foi o caso do Cerrado. Ambientalistas têm investido na iniciativa do Soy Moratorium, um pacto desenhado em conjunção com produtores de soja como promessa de abstenção da venda de soja produzida em zonas florestais destruídas. Uma tática mais vigilante na produção e comercialização destes produtos alimentares pode ser a chave para salvar milhares de hectares de floresta todos os anos no Brasil.
A parceria entre o Brasil e China tem se reforçado com o interesse ambientalista dos dois países, em particular, na cooperação global contra as alterações climáticas. Com a saída dos Estados Unidos do acordo de Paris no combate ao aquecimento global, o mundo espera que a China tome uma posição de liderança nesta batalha. A seu lado, estará o Brasil, que em sua custódia tem a maior floresta tropical do mundo, atribuindo uma grande importância a qualquer decisão que o país possa contribuir para relações internacionais ambientais.
Formado em Sistemas de Informação pela FAETERJ, carioca de coração, apaixonado por teologia, tecnologia, matemática, geografia, história e pela sociedade em geral.