Uma dieta rica em plantas é saudável para o coração em qualquer idade, de acordo com dois estudos publicados no dia 4 de agosto pela Associação Americana do Coração. Ambos artigos analisaram o consumo de vegetais e descobriram que tanto adultos jovens quanto mulheres na pós-menopausa que ingeriam mais alimentos com base vegetal tinham menos ataques cardíacos e eram menos propensos a desenvolver doenças cardiovasculares.
A associação americana recomenda uma alimentação rica em frutas e vegetais, grãos inteiros, laticínios com baixo teor de gordura, aves e peixes sem pele, nozes, legumes e óleos vegetais. Já gordura saturada, gordura trans, sódio, carne vermelha, doces e bebidas açucaradas devem ter seu consumo reduzido e limitado.
Feira de rua exibe vegetais para venda (crédito: Pexels)
Um dos artigos avaliou se o consumo a longo prazo de uma dieta centrada em plantas no início da idade adulta está associado ao menor risco de doenças cardiovasculares na meia-idade.
O estudo analisou a dieta e a ocorrência de doenças cardíacas em 4.946 adultos. Os participantes tinham de 18 a 30 anos de idade no início do estudo e não tinham doenças cardiovasculares. 2.509 eram negros e 2.437 brancos, sendo 54,9% mulheres.
Os participantes passaram por oito exames em 32 anos de acompanhamento. As análises incluíram testes de laboratório, medições físicas, históricos médicos e avaliação de fatores de estilo de vida.
Quem obteve pontuação mais alta comeu uma variedade de alimentos benéficos, enquanto pessoas que tiveram pontuações mais baixas comeram mais alimentos adversos. No geral, os valores mais altos corresponderam a uma dieta nutricionalmente rica e centrada nas plantas.
Durante os 32 anos da pesquisa, 289 participantes desenvolveram doenças cardiovasculares (incluindo ataque cardíaco, derrame, insuficiência cardíaca, dor no peito relacionada ao coração ou artérias obstruídas em qualquer parte do corpo).
Pessoas com pontuação entre os 20% melhores tiveram 52% menos probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares. Participantes que melhoraram a qualidade da dieta durante o estudo tiveram 61% menos probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares em comparação com os participantes cuja qualidade da dieta declinou.
“As pessoas podem escolher entre alimentos vegetais que sejam o mais naturais possível, não altamente processados. Os indivíduos podem incluir produtos de origem animal com moderação de vez em quando, como aves e peixes não fritos, ovos e laticínios com baixo teor de gordura”, afirmou Yuni Choi, pós-doutor em epidemiologia e saúde comunitária e autor principal do estudo, em comunicado à imprensa.
No outro estudo, pesquisadores avaliaram se as dietas que incluíam alimentos à base de plantas presentes no portfólio americano de alimentos saudáveis — produzido pela Food and Drug Administration (FDA) — reduziam os níveis de colesterol “ruim” e estavam associadas a menos eventos de doenças cardiovasculares. O grupo analisado foi de 123.330 mulheres americanas na pós-menopausa, durante 15 anos.
A “Dieta de Portfólio” inclui nozes; proteína vegetal de soja, feijão ou tofu; fibra solúvel viscosa de aveia, cevada, quiabo, berinjela, laranja, maçã e frutos silvestres; esteróis vegetais de alimentos enriquecidos e gorduras monoinsaturadas encontradas no óleo de oliva e canola e abacates; inclui também o consumo limitado de gorduras saturadas e colesterol.
As mulheres que melhor seguiram a dieta tiveram 11% menos probabilidade de desenvolver qualquer tipo de doença cardiovascular, 14% menos probabilidade de desenvolver doença cardíaca coronária e 17% menos probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca. Não houve associação entre seguir a dieta de portfólio e a ocorrência de acidente vascular cerebral ou fibrilação atrial.
Os pesquisadores acreditam que os resultados destacam possíveis oportunidades para reduzir doenças cardíacas.
E você, acredita que sua dieta inclui vegetais e plantas o suficiente para diminuir o risco de doenças cardiovasculares? Conte para a gente nos comentários!
ARTIGOS Journal of the American Heart Association: doi.org/10.1161/JAHA.120.020718 e doi.org/10.1161/JAHA.121.021515
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