Mais cedo, premiê canadense afirmou ter evidências de que um míssil do Irã derrubou o avião, matando 176 pessoas.
https://youtu.be/16KmQVacLOg
jornal “The New York Times” divulgou nesta quinta-feira (9) um vídeo que aparenta mostrar o momento em que o avião ucraniano que caiu no Irã e matou 176 pessoas é atingido por um míssil.
Jornal divulgou vídeo que mostra o que seria o momento em que o voo da Ukrainian International Airlines é atingido por míssil — Foto: Reprodução/New York Times
“Para analisar o vídeo, confirmamos que ele foi filmado perto da rota de voo do avião a partir de Teerã” , explicou o diário americano.
Segundo o jornal, o vídeo mostra que uma pequena explosão aconteceu quando o míssil atingiu o avião, mas o avião em si, em um primeiro momento, não explodiu: continuou voando por alguns minutos e virou na direção do aeroporto. A aeronave então continuou voando, em chamas, para o aeroporto antes de explodir e bater no solo, segundo mostram outros vídeos verificados pelo “The New York Times”.
A filmagem foi obtida pelo jornal de uma pessoa chamada Nariman Gharib. A aeronave caiu na quarta-feira (8) em Parand, perto de Teerã, a capital iraniana. Ninguém a bordo sobreviveu.
The New York Times
✔@nytimes
Exclusive: Video verified by The New York Times shows a Ukrainian airliner being hit over Tehran on Wednesday https://nyti.ms/39TCI81
Video Shows Ukrainian Airliner Being Hit Over Iran
The New York Times has obtained video that shows the moment a Ukrainian airliner was hit minutes after takeoff from Tehran.
nytimes.com
To analyze the video, we confirmed it was filmed near the plane’s flight path from Tehran. It shows an explosion when a missile hit the plane, but the plane did not explode: It continued flying for several minutes and turned back toward the airport. http://nyti.ms/39TCI81
Video Shows Ukrainian Airliner Being Hit Over Iran
The New York Times has obtained video that shows the moment a Ukrainian airliner was hit minutes after takeoff from Tehran.
nytimes.com
Premiês canadense e britânico
Justin Trudeau disse que inteligência aponta que avião ucraniano repleto de canadenses foi derrubado por míssil iraniano — Foto: Reuters/Blair Gable
Mais cedo, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que múltiplas fontes de inteligência apontam que o avião foi derrubado por um míssil iraniano. Trudeau afirmou que a derrubada pode ter sido acidental, mas apontou que a investigação do caso precisa ser completa.
“Temos inteligência de várias fontes, incluindo nossos aliados e nossa própria inteligência. As evidências indicam que o avião foi abatido por um míssil terra-ar iraniano. Pode ter sido não intencional”, disse.
Trudeau ainda disse que está em diálogo com a chancelaria iraniana — 63 dos 176 passageiros que estavam no avião eram canadenses, e 138 deles tinham o Canadá como destino final. Teerã estaria mostrando abertura para permitir que agentes consulares canadenses fossem ao Irã para ajudar as famílias das vítimas.
Segundo o líder canadense, ainda é cedo para atribuir culpa pelo desastre ou tirar conclusões.
Primeiro-ministro britânico Boris Johnson — Foto: PA Media
Logo após a fala de Trudeau, o premiê britânico, Boris Johnson, corroborou a fala de seu colega do Canadá: “Existe agora um conjunto de informações de que o voo foi abatido por um míssil terra-ar iraniano. Pode ter sido não intencional “, declarou.
Ainda antes das declarações dos premiês, a imprensa americana divulgou que autoridades de Washington compartilham da visão de que a aeronave ucraniana foi atingida por um míssil. O Irã negou essa possibilidade. Nenhuma das 176 pessoas que estavam a bordo sobreviveu à queda.
Trump
Trump disse que tem um ‘pressentimento terrível’ sobre a queda do avião — Foto: Reuters/Kevin Lamarque
Em declaração na Casa Branca, antes da fala do premiê canadense, o presidente dos EUA, Donald Trump, foi questionado sobre o que achava que tinha acontecido com o avião. Ele respondeu que “alguém pode ter cometido um erro do outro lado”.
“Não quero dizer isso porque outras pessoas têm suspeitas”, disse Trump, mas acrescentou: “Alguém pode ter cometido um erro do outro lado… não o nosso sistema. Não tem nada a ver conosco”, afirmou, segundo a rede de televisão americana CNN.
O presidente americano disse, ainda, que tem um “pressentimento terrível” sobre a queda do avião.
Segundo a agência de notícias Reuters, fontes do governo americano estão “confiantes” de que o avião foi derrubado por um míssil do Irã, de acordo com “dados de satélite”. Ainda segundo a agência, as fontes, que não foram identificadas, dizem que a aeronave “muito provavelmente” foi derrubada acidentalmente pela defesa aérea iraniana.
O Pentágono se negou a comentar a queda do avião.
Mais cedo, a revista americana “Newsweek” também havia informado sobre a possibilidade de o avião ter sido derrubado de forma “acidental” pela defesa antiaérea iraniana, segundo declarações feitas à revista por oficiais do Pentágono e da inteligência dos Estados Unidos e do Iraque, que também não quiseram se identificar.
Para fontes de segurança europeias, os relatos de que o avião foi derrubado são “críveis”, segundo a CNN.
Negativas iranianas
Em nota, um porta-voz do governo do Irã afirmou que os relatos de que um míssil atingiu o avião são uma “guerra psicológica” contra Teerã, e que o país está aberto à presença de representantes de outros países cujos cidadãos morreram na queda do avião.
Havia passageiros de 7 nacionalidades na aeronave: Irã, Canadá, Ucrânia, Afeganistão, Suécia, Reino Unido e Alemanha. O ministro de Relações Exteriores canadense, François Champagne, disse que as autoridades do país receberam indicações de que podem proceder para obter vistos iranianos. O Canadá rompeu as relações diplomáticas com o Irã em 2012.
O porta-voz do ministério de Relações Exteriores do Irã, Abbas Mousavi, disse que o país pede ao Canadá ou a qualquer outro país que tenha informações sobre a queda do avião as compartilhe com Teerã. O governo também disse que “pede de forma insistente” à Boeing, empresa fabricante do avião, que envie um representante para participar da investigação da queda.
Queda de avião ucraniano no Irã — Foto: Roberta Jaworski e Rodrigo Sanches/G1
Cientificamente impossível, diz Irã
Equipes de resgate retiram corpo dos destroços do avião ucraniano que caiu com 176 pessoas perto do aeroporto de Teerã, no Irã, nesta quarta-feira (8) — Foto: AFP
Mais cedo, o chefe de aviação do Irã, Ali Abedzadeh, declarou em resposta às hipóteses americanas que “cientificamente, é impossível que um míssil tenha atingido o avião ucraniano, e esses rumores não têm lógica”, segundo a agência estatal iraniana Isna.
“Se um foguete ou um míssil atinge um avião, ele cai em queda livre”, afirmou Abedzadeh à CNN. Ele disse, ainda, que depois de decolar o avião continuou voando por cinco minutos, e que “o piloto tentou voltar ao aeroporto mas não conseguiu”.
Um relatório inicial da autoridade iraniana de aviação civil divulgado mais cedo nesta quinta (9) informou que o avião pegou fogo antes de cair.
Segundo o correspondente da BBC para assuntos iranianos, Ali Hashem, Abedzadeh disse ainda que “havia vários voos domésticos e internacionais voando na mesma altitude de 8 mil pés [cerca de 2,4 mil metros], que não pode ser alcançada de jeito nenhum”.
Ali Hashem علي هاشم
✔@alihashem_tv
Head of Iran’s aviation organisation: Rumors of Iran’s refusing to hand the aircraft’s black box to the US isn’t accurate
Head of Iran’s aviation: it’s scientifically impossible and illogical that the Ukrainian plane was subject to a missile attack. There were several domestic and foreign flights flying at the same altitude of 8,000 feet which can’t be reached at all
Abedzadeh também disse, de acordo com Hashem, que “os rumores de que o Irã se recusou a entregar a caixa-preta do avião aos Estados Unidos não são precisos”. Na quarta (8), a Organização da Aviação Civil do país havia anunciado que não entregaria as caixas-pretas, violando as regras da Convenção Internacional de Aviação Civil, do qual o Irã é signatário.
De acordo com a CNN, o relatório inicial mostra que as caixas-pretas do avião foram danificadas, mas as “partes da memória” permanecem em ambos os dispositivos.
Abedzadeh declarou que especialistas ucranianos chegaram a Teerã nesta quinta (9) para decifrar o conteúdo das caixas – e que, se “o equipamento disponível não for suficiente para obter o conteúdo”, o Irã pode enviá-las para a França ou o Canadá.
Trump também afirmou nesta quinta-feira (9) que “em algum momento, eles [se referindo ao Irã] vão liberar a caixa-preta. Idealmente, eles a entregariam à Boeing”, declarou o presidente americano, acrescentando os objetos também poderiam ser entregues à França ou a “algum outro país”.
De acordo com o jornal americano “The New York Times”, os iranianos convidaram o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos a ajudar na investigação. O convite foi feito por meio da Organização Internacional de Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês), informaram fontes anônimas ao jornal. A solicitação foi feita apesar de relatos anteriores de que os americanos não estariam envolvidos nas apurações.
A Convenção Internacional de Aviação Civil, da qual o Irã é signatário, prevê que fica responsável pela investigação o país onde a aeronave caiu (ou de onde ela partiu) – nesse caso, o Irã. Porém, a convenção prevê que o país fabricante (os EUA) e a empresa que o produziu, que é a Boeing, participem da investigação e tenham acesso às informações das caixas-pretas imediatamente.
Chance de erro humano é mínima, afirma companhia
Flores e velas foram colocadas em frente às fotos da tripulação do avião ucraniano que caiu logo após decolar de Teerã, no Irã, nesta quarta (8). Nenhuma das 176 pessoas que estavam a bordo sobreviveu ao acidente. — Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters
Na quarta-feira, a companhia aérea do avião, Ukrainian International Airlines, declarou em comunicado que a chance de erro humano ter causado a queda da aeronave era “mínima”.
“O aeroporto de Teerã não é nada simples. Portanto, há vários anos a UIA utiliza esse aeroporto para realizar treinamento em aeronaves Boeing 737, com o objetivo de avaliar a proficiência e a capacidade dos pilotos de atuar em casos de emergência. Segundo nossos registros, a aeronave subiu até 2.400 metros. Dada a experiência da tripulação, a probabilidade de erro é mínima. Nem sequer consideramos essa chance”, diz o comunicado.
A Ucrânia, um dos países que participam das investigações, declarou que buscaria possíveis destroços de um míssil russo no local do acidente, depois de ler informações sobre isso na internet.
Os ucranianos também investigavam a possibilidade de o avião ter colidido com um drone ou com outro objeto voador, de problemas técnicos provocados por explosão ou de uma ação terrorista dentro da aeronave.
Trump também anunciou nesta quinta-feira (9) que já aprovou sanções mais duras contra o Irã.
Fonte: G1
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