Vídeo raro mostra jaguatirica atacando bicho-preguiça – e perdendo a briga
11 de agosto de 2023

Filmagem incomum feita por armadilha fotográfica na Amazônia mostra preguiça-real que se aventurou de dia em área onde sua espécie costuma visitar só de noite

Um registro raro feito por pesquisadores em um depósito mineral na Estação de Biodiversidade de Tiputini, na Amazônia equatoriana, mostra o momento em que uma jaguatirica (Leopardus pardalis) tenta atacar uma preguiça-real (Choloepus didactylus).

Os especialistas detalharam o episódio em 28 de junho na revista Food Webbs. De modo inesperado, a preguiça escapa ilesa ao se deslocar em um tronco no chão, mesmo sendo conhecida por se mover lentamente no alto das árvores.

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Conforme relatam os autores do estudo, que atuam na Universidade dos Andes, na Colômbia; na Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos; e na Universidade São Francisco de Quito, no Equador, as preguiças do gênero Choloepus são quase exclusivamente arbóreas. “No entanto, elas frequentemente descem a locais conhecidos como ‘saladeros’ e se alimentam do solo, o que presumivelmente melhora a digestão de toxínas e as ajuda a obter minerais que não estão prontamente disponíveis em sua dieta”, explicam os especialistas.
 

Os pesquisadores observaram a tentativa de predação com uma armadilha fotográfica. A filmagem mostra a preguiça-real lutando pela vida e repelindo a jaguatirica com alguns golpes rápidos e sagazes. A presa, então, ganha distância e foge pelo tronco que cruza a lambida mineral.

Eventos de predação são raramente registrados por armadilhas fotográficas. Segundo a equipe, o momento observado na Amazônia equatoriana é ainda mais particular, pois as preguiças geralmente descem das árvores para áreas cheias de sais e minérios somente de noite.

“Além disso, não está claro como as jaguatiricas são capazes de capturar preguiças e outros animais arborícolas, e isso registra evidências de que a predação de vertebrados arbóreos por jaguatiricas também pode ocorrer no solo”, apontam os pesquisadores.

O comportamento antipredatório exibido pela preguiça-real também demonstra que “existem riscos intrínsecos para os predadores ao tentar capturar presas”, conclui a equipe.

De acordo com o site de divulgação científica Science Alert, os pesquisadores não têm certeza se a preguiça conseguiu escapar totalmente ilesa, devido aos limites do campo de visão da armadilha fotográfica. No entanto, eles retornaram ao local dois dias após a filmagem dos vídeos e não encontraram evidências de restos do animal.

Veja abaixo o vídeo do ataque da jaguatirica a preguiça-real:

Fonte: Revista Galileu

 

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