Quatro espécies de aranhas-teias-de-funil passaram por testes que mostraram que fatores fisiológicos e do ambiente podem afetar produção de veneno
Um estudo australiano analisou, sob diferentes condições, o veneno produzido por aracnídeos conhecidos como aranhas-teias-de-funil, as mais venenosas do mundo. Ao todo, foram avaliadas quatro espécies: a verdadeira aranha-teia-de-funil (Hadronyche valida), a aranha-teia-de-funil de Darling Downs (Hadronyche infensa), a aranha-teia-de-funil arborícola do sul (Hadronyche cerberea), e a aranha-teia-de-funil de Sydney (Atrax robustus).
Submetidas a diferentes testes, como ser cutucadas por uma pinça ou ser assopradas, os pesquisadores perceberam que o veneno de certas aranhas variavam com base em diversos fatores.
“Mapeamos seu comportamento e medimos sua frequência cardíaca com um monitor a laser para estabelecer um valor para sua taxa metabólica. Em seguida, coletamos seu veneno e o analisamos com um espectrômetro de massa”, disse em nota Linda Hernández Duran, pesquisadora da Universidade James Cook, na Austrália, e líder do estudo, que foi publicado em 22 de maio no periódico PLOS One.
Segundo a doutoranda, ao analisarem a verdadeira aranha-teia-de-funil, foi notável a expressão de alguns componentes do veneno associada à frequência cardíaca e à necessidade de defesa do animal. Em outras espécies, tais características não foram achadas, o que sugere que determinadas associações podem ser específicas desse bicho.
“Como resultado, as aranhas podem usar diferentes estratégias comportamentais para compensar esses custos. Nossos resultados sugerem que as aranhas podem aumentar sua taxa metabólica quando usam venenos e reduzir seus movimentos quando enfrentam uma ameaça”, comenta Duran.
Outro ponto é que a ligação entre comportamento, fisiologia e composição do veneno nas teias-de-funil. De acordo com a autora, é a primeira vez que os componentes específicos do veneno estão associados a variáveis comportamentais e fisiológicas. “Obtivemos alguns insights valiosos para uma maior exploração e compreensão do papel ecológico do veneno”, conclui Dra. Hernández Duran.
A importância de estudar essas aranhas está relacionada com o fato de terem os venenos mais complexos do mundo natural. Cientistas acreditam que moléculas do veneno tenham potencial terapêutico e inseticida.
Fonte: Revista Galileu
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