“Toadzilla”: sapo gigantesco e venenoso das Américas do Sul e Central é encontrado na Austrália
22 de janeiro de 2023

 Suzana Camargo

Seu nome popular já diz tudo: sapo-cururu ou sapo-boi. Nativo de países da América Central e do Sul, principalmente o Brasil, em específico, na Amazônia, esse anfíbio enorme é venenoso e considerado uma das principais espécies invasoras do mundo. No passado, ele foi “importado” em muitos lugares para combater pragas em lavouras. Acontece que eles não controlavam nada e se reproduziam sem controle.

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Foi o que aconteceu na Austrália. Em 1935, 2.400 sapos-bois foram levados para uma região ao norte de Queensland para serem usados em plantações de cana-de-açúcar contra um inseto que matava as plantas. De nada adiantou e em 1999, ele foi incluído numa lista do governo de espécies que provocavam ameaça à biodiversidade local. Estima-se que sejam milhões deles em solo australiano.

Pois bem, mais de 20 anos depois, há poucos dias guardas florestais se depararam no Parque Nacional de Conway com um desses sapos. Não era qualquer um deles. Era uma fêmea gigantesca, que pesava 2,7 kg. Provavelmente a maior dessa espécie já registrada até hoje.

“Abaixei-me e agarrei o sapo-cururu e não pude acreditar como era grande e pesado”, contou a guarda  Kylee Gray. “Nós o apelidamos de Toadzilla e rapidamente o colocamos em um recipiente para que pudéssemos removê-lo da natureza”.

Sapos-bois podem viver cerca de 15 anos. Uma fêmea pode produzir até 30 mil ovos em cada temporada reprodutiva. Como são venenosos, podem matar outros animais, incluindo domésticos. A toxina age sobre qualquer bicho que os morde, lambe ou come.

O veneno leitoso das glândulas parotóides, chamado de bufotoxina fica atrás dos ombros. Afeta o coração, e a bufotenina, um alucinógeno.

“Um sapo-cururu desse tamanho come qualquer coisa que caiba em sua boca, e isso inclui insetos, répteis e pequenos mamíferos”, explica Kylee.

Toadzilla foi retirado do parque nacional e sacrificado. Caso continuasse no local, poderia continuar se reproduzindo e causar um desequilíbrio naquele ecossistema. O Museu de Queensland já se mostrou interessado em receber o animal para tê-lo em sua coleção de anfíbios.

*Com informações do Queensland Government e da National Geographic

Foto de abertura: © The State of Queensland (Department of Environment and Science)

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.

Fonte: https://conexaoplaneta.com.br

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