Seis municípios fluminenses estão com classificação severa
Dos 92 municípios do Rio de Janeiro, seis receberam a classificação de seca severa no boletim do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que monitora a estiagem pelo país. Os dados, divulgados no início deste mês, correspondem aos últimos três meses, de abril a junho.
Apenas uma cidade teve classificação normal, outras 27 de seca fraca e o restante, 58 municípios fluminenses, seca moderada. O cenário é atípico, e se mostra com queda na umidade ao ser comparado aos anos anteriores, no entanto, esperado. Pouca chuva nos meses anteriores e influência de fenômenos naturais contribuíram para esse cenário. A tendência é que o período de seca continue, uma vez que a baixa umidade é típica para o inverno na região.
O monitoramento do Cemaden é constante. Para as classificações deste levantamento do Índice Integrado de Secas foram usados os dados dos últimos três meses que compreendem: acumulado de chuva no período em comparação com a média histórica, em 30 anos; umidade de solo, com um metro a partir da superfície; e saúde da vegetação, se está já sofrendo com a seca, como cor marrom ou amarelada.
As cidades podem receber uma das seis classificações da seca, sendo elas: normal (o mais baixo), fraca, moderada, severa, extrema e excepcional. A mais alta no Rio foi a severa, nos municípios de Bom Jardim, Cardoso Moreira, Casimiro de Abreu, Itaboraí, Nova Friburgo e Silva Jardim.
— A seca, na verdade, tem uma programação. Se dura mais, por um tempo maior, passa a afetar a umidade do solo, que, por sua vez, pode afetar a saúde da vegetação. O índice é a média dessa condição nos últimos três meses. Na nossa avaliação alinhamos os componentes, até para entender o que acontece. A chuva tem sido bem determinante em grande parte do país — explica Marcelo Zeri, pesquisador de secas do Cemaden.
O pesquisador destaca que houve a interferência de fenômenos naturais para dificultar a chegada de chuva no Rio de Janeiro. O El Niño, que atingiu a região Norte, foi capaz de causar bloqueio, impedindo que a chuva chegasse ao Sudeste. O outono, uma estação de transição, em que a primeira metade ainda tem características do verão, inclusive a umidade, também foi caracterizado como um período mais seco que a média. Outro fator destacado por Zeri é o aumento da temperatura do Oceano Atlântico.
A tendência é que não haja melhora no cenário em breve porque o inverno na região é caracterizado por temperaturas amenas e baixa umidade, com tempo mais seco. Climatologicamente, a estação é marcada pelo período menos chuvoso em grande parte do Brasil, incluindo a região Sudeste, aponta o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
— Desde janeiro temos observado de chuva abaixo da média em muitas regiões. E, no inverno, estamos com seca na estação seca — salienta Marcelo Zeri. A previsão é de mais dois meses de tempo seco antes de iniciada a época chuvosa.
Fonte: O GLOBO
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