“O Ibama apreendeu 28,7 toneladas de barbatanas de tubarão que seriam exportadas, ilegalmente, para a Ásia. As barbatanas declaradas são de duas espécies de tubarão: tubarão-azul (Prionace glauca) e tubarão-anequim, também conhecido como Mako (Isurus oxyrinchus).
A operação Makaira faz parte de ação institucional ampla de combate à pesca ilegal, não reportada e não regulamentada, integrante do Plano Nacional Anual de Proteção Ambiental e em cumprimento aos acordos internacionais de que o Brasil é signatário, a partir da fiscalização da regularidade na cadeia de custódia da atividade pesqueira.
A apreensão se deu quase em sua totalidade em uma única empresa exportadora, localizada em Santa Catarina. Nesta, ficou constatado o total de 27,6 toneladas de barbatanas. Outra empresa, que tentava exportar 1,1 tonelada, foi flagrada por equipe do Ibama no Aeroporto de Guarulhos.
Essas apreensões de forma integrada representam a maior registrada no mundo, principalmente considerando se tratar de uma apreensão na origem, onde os tubarões são capturados. Esse quantitativo representa a morte estimada de 10 mil tubarões (4.400 azuis e 5.600 anequim), o que representa um considerável impacto ambiental.
A pesca direcionada para tubarões não é permitida no Brasil. As embarcações em questão valiam-se de licenças de captura de outras espécies de peixe e atuavam com índices acima de 80% da carga permitida. As barbatanas são consideradas iguarias de alto valor no mercado internacional, principalmente na Ásia.” – matéria de divulgação do Ibama, veiculada ontem, 19 de junho, no site do órgão federal
Uma fraude criminosa. Com licenças para pesca de espécies permitidas, empresas de Santa Catarina praticam uma chacina de tubarões.
Não bastasse a dimensão do crime ambiental praticado, chama a atenção o fato de que os envolvidos são apenas multados e continuam funcionando – a legislação assim permite. A empresa flagrada com as 27,6 toneladas de barbatanas recebeu a autuação administrativa de R$ 550 mil.
No mercado de barbatanas, estima-se que o quilo da barbatana seja comercializado por 100 dólares. Ou seja, a carga de 27,6 toneladas poderia render 2.760.000 dólares (mais de R$ 13 milhões).
As barbatanas são utilizadas na Ásia, principalmente na China, como ingrediente de uma sopa.
Como a fiscalização da atividade pesqueira no Brasil é ruim, dá para imaginar quantos tubarões já foram mortos por causa de uma sopa e o quanto essas empresas têm lucrado dizimando a biodiversidade marinha?
Tubarões no Silvestres
Quer saber um pouco mais sobre o problema da pesca de tubarões? Em dezembro, o Silvestres, o podcast do Fauna News, veiculou um episódio que abordou o tema. Entrevistamos o ambientalistas José Truda Palazzo Júnior, que deu uma aula sobre o tema. Confira!
Fonte: Fauna news
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