Novo relatório da organização aponta que ritmo acelerado do degelo pode levar a uma reação em cadeia de impactos ao ecossistema e também a comunidades de todo o mundo.
O derretimento das geleiras pode desencadear uma série de impactos em cadeia, alerta uma nova publicação da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgada nesta sexta-feira (21).
Entre as principais consequências com o esgotamento das geleiras estão:
- Risco de desabastecimento
- Aumento de riscos naturais, como inundações
- Elevação do nível do mar (veja mais abaixo)
“A preservação das geleiras não é apenas uma necessidade ambiental, econômica e social. É uma questão de sobrevivência”, alerta a Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo.
Como forma de alerta, a organização celebra nesta sexta o primeiro Dia Mundial das Geleiras, estruturas responsáveis por armazenar cerca de 70% dos recursos de água doce do planeta.
Derretimento acelerado
O ritmo de derretimento acelerado das geleiras já preocupa os especialistas. Em muitas regiões, o que antes era considerado “gelo eterno” não deve sobreviver até o fim do século XXI, segundo previsões mais recentes.
De acordo com o relatório “Estado do Clima Global 2024”, da OMM, entre 2022 e 2024 foi registrado o maior degelo já observado em um período de três anos.
Um compilado de observações globais realizado pelo Serviço Mundial de Monitoramento de Geleiras (WGMS, na sigla em inglês) estima que as geleiras – excluindo as calotas de gelo da Groenlândia e da Antártida – perderam mais de nove trilhões de toneladas de gelo desde o início dos registros, em 1975.
“Isso equivale a um imenso bloco de gelo do tamanho da Alemanha, com uma espessura de 25 metros”, afirma Michael Zemp, diretor do WGMS.
Outro marco preocupante é que o ano de 2024 foi o tercei consecutivo em que todas as 19 regiões glaciares sofreram perda líquida de massa. A perda total de massa glacial no ano passado foi de 450 bilhões de tonelada, o quarto pior ano já registrado.

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Aumento do nível do mar
Umas das princiapais consquências do degelo – e que já vem sendo observada a cada ano – é a elevação do nível do mar.
Dados de um estudo publicado na revista científica “Nature” no início de 2025 mostram que, entre 2000 e 2023, as geleiras perderam cerca de 5% do volume total de gelo, o que contribuiu para um aumento de 18 milímetros no nível do mar.
“Isso pode não parecer muito, mas tem um impacto enorme: cada milímetro de elevação do nível do mar expõe entre 200.000 e 300.000 pessoas a inundações anuais”, alerta Zemp.
Recentemente, um relatório da Nasa, a agência espacial norte-americana, também revelou uma elevação do mar superior à esperada em 2024.
Atualmente, o deterretimento das geleiras é o segundo principal fator que leva ao aumento do nível do mar, ficando atrás apenas do aquecimento dos oceanos, consequência direta do aquecimento global.
Fonte: G1
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