Igreja Mundial terá penhorado cerca de 10% do valor total recebido em dízimos, com o intuito de quitar uma dívida de R$ 881 mil em aluguéis.
A Justiça de São Paulo determinou que os dízimos pagos pelos fiéis à Igreja Mundial de Poder de Deus, fundada pelo pastor Valdemiro Santiago, devem ser penhorados. A decisão foi tomada pelo juiz Diogo Volpe Gonçalves Soares, devido a um processo onde a igreja precisa pagar uma dívida calculada em R$ 881 mil de aluguéis não pagos.
Esse valor inclui juros, multa e correção monetária.
O imóvel na cidade de Ubatuba, no litoral paulista, foi alugado em 2009 para receber um templo da instituição. Apesar disso, em outubro de 2017, a igreja parou de realizar os pagamentos referentes ao aluguel do lugar. Ao se defender na Justiça, a Mundial não negou o seu conhecimento acerca das dívidas que detém.
De toda forma, a defesa argumentou que a igreja é uma organização religiosa sem fins lucrativos, que vive dos dízimos e doações feitas por fiéis. Por isso, afirmou que o seu “caixa é volátil por natureza, uma vez que os dízimos e contribuições seguem a liberalidade dos fiéis, sendo de natureza voluntária e esporádica”.
Crise financeira da igreja
A Mundial foi condenada em primeira e segunda instância, perdendo todas as suas chances de recorrer, visto que o processo transitou em julgado. A instituição poderá questionar apenas os cálculos referentes à correção da dívida.
A ordem de penhora foi dada somente para tentar garantir o pagamento de cerca de R$ 70 mil, que são referentes aos honorários do advogado da proprietária do imóvel em Ubatuba. A determinação do juiz define que até 10% das doações feitas à nova sede da igreja em Ubatuba sejam penhorados.
Por outro lado, a igreja vem passando por uma grave crise financeira, que só piorou durante a pandemia do Covid-19. Inclusive, em seus processos, a Mundial tem o hábito de falar que é “pública e notória” a crise financeira que o grupo está enfrentando. “Todas as igrejas do Brasil foram compelidas a fechar as portas. Sem a realização de atividades religiosas, houve uma drástica diminuição da arrecadação, uma vez que os fiéis restaram impedidos de frequentar os templos”, afirmou à Justiça.
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